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Ex-diretor de faculdade de Medicina é condenado após vender restos humanos no Facebook

Ele liderou esquema de tráfico de restos mortais doados para pesquisa científica

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 11:18

Cedric Lodge
Cedric Lodge Crédito: Reprodução

O esquema de venda ilegal de restos mortais envolvendo a Harvard Medical School teve um desfecho nesta terça-feira (16). Cedric Lodge, ex-diretor do necrotério da instituição, foi condenado a oito anos de prisão por roubar e comercializar partes de corpos doados para pesquisas científicas, segundo informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

De acordo com as investigações, entre 2018 e março de 2020, Lodge comandou um mercado clandestino que incluía a negociação de órgãos internos, cérebros, pele, mãos, rostos e cabeças dissecadas pertencentes ao acervo da escola de medicina, localizada nas proximidades de Boston. Algumas vendas foram negociadas pelo Facebook.

Cedric Lodge, de 58 anos, e a esposa, Denise, de 65 anos, ao lado de ossos divulgados no Facebook por Reprodução

As transações eram feitas por telefone ou pelas redes sociais. Após a venda, os restos mortais eram enviados pelo correio ou retirados pessoalmente pelos compradores. “Depois de vendê-los, ele e sua mulher os enviavam aos compradores em outros Estados, ou o comprador os retirava pessoalmente e os transportava por conta própria”, detalhou a Justiça americana.

Cedric Lodge e a esposa, Denise Lodge, acabaram presos em maio de 2023. Segundo as autoridades, o casal levava os pedaços de corpos da universidade para a própria residência, em Goffstown, no estado de New Hampshire, além de outros endereços em Massachusetts e na Pensilvânia.

Entre os clientes identificados estava Katrina MacLean, de 44 anos, proprietária da loja Kate’s Creepy Creations (“As criações macabras de Kate”), em Peabody, Massachusetts. O estabelecimento funcionava como um gabinete de curiosidades, oferecendo ao público itens descritos como capazes de “chocar a mente e abalar a alma”, incluindo bonecas, antiguidades ligadas à morte e objetos produzidos com ossos. Segundo o procurador federal da Pensilvânia, ela também mantinha restos humanos armazenados no local. Em outubro de 2020, teria comprado “duas cabeças dissecadas” de Lodge, conforme noticiou o jornal francês Le Parisien.

Outro comprador citado no processo é Joshua Taylor, de 46 anos, morador da Pensilvânia. Ao longo de três anos, ele desembolsou milhares de dólares na aquisição de restos mortais. Em 39 transferências feitas para a conta PayPal de Cedric Lodge, Taylor enviou cerca de US$ 37.355 — o equivalente a R$ 190.510,50. Em alguns pacotes, o conteúdo era identificado como “Head number 7” (“cabeça número 7”), segundo a acusação.

Ainda conforme o Departamento de Justiça, diversos compradores já foram condenados ou aguardam sentença. Denise Lodge recebeu pena de um ano e um dia de prisão por facilitar a venda dos órgãos roubados. Os investigadores destacaram que os restos eram comercializados “sem o conhecimento nem a autorização do empregador, do doador ou da família do doador”.

“A sentença é mais um passo para garantir que aqueles que planejaram e executaram este crime hediondo sejam levados à Justiça”, afirmou Wayne A. Jacobs, agente especial do FBI na Filadélfia. As autoridades também informaram que muitos dos restos mortais vendidos por Lodge acabaram revendidos posteriormente com fins lucrativos.