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Reino Unido vai treinar professores para identificar misoginia em meninos

Governo britânico lança estratégia de R$ 130 milhões para capacitar educadores, identificar e intervir em sinais precoces de preconceito contra mulheres e meninas, visando reduzir a violência masculina pela metade dentro de uma década

  • Foto do(a) author(a) Flavia Azevedo
  • Flavia Azevedo

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 05:00

Sala de aula
Sala de aula contra a misoginia Crédito: Shutterstock

O governo do Reino Unido está implementando uma estratégia inspiradora e exemplar para reduzir pela metade a violência masculina contra mulheres e meninas na próxima década, focando na prevenção e no combate à misoginia desde cedo. A estratégia, que será detalhada publicamente hoje (18) concentra-se em impedir a radicalização de jovens.

O núcleo do plano envolve o treinamento de professores para que possam identificar e abordar os primeiros sinais de misoginia na sala de aula.

A violência masculina contra mulheres por Made with Google AI

Enfrentando a misoginia na sala de aula

O pacote de £20 milhões (cerca de R$ 130 milhões) não se limita apenas à formação de educadores. Ele estabelece que os alunos serão ensinados sobre tópicos vitais, incluindo a importância do consentimento, os perigos de compartilhar imagens íntimas, como reconhecer modelos positivos e como desafiar mitos não saudáveis sobre relacionamentos e mulheres.

O objetivo do governo é claro: ao atacar as raízes iniciais da misoginia, espera-se impedir que jovens se tornem agressores violentos.

Os estudantes considerados de alto risco as escolas encaminharão para cuidados e apoio adicionais, incluindo cursos comportamentais desenhados para combater o preconceito contra mulheres e meninas. Além disso, o pacote inclui a criação de uma nova linha de apoio para adolescentes que buscam ajuda com preocupações sobre abusos em seus próprios relacionamentos.

O papel das influências online e o financiamento

As novas medidas vêm em um contexto preocupante: a instituição de caridade de abuso doméstico Reducing the Risk afirma que quase 40% dos adolescentes em relacionamentos são vítimas de abuso.

Parte da culpa por alimentar atitudes misóginas recai sobre influenciadores online. Uma pesquisa da YouGov revelou que quase um em cada cinco meninos, com idade entre 13 e 15 anos, possui uma visão positiva do autoproclamado misógino Andrew Tate.

O primeiro-ministro Sir Keir Starmer defendeu as novas medidas, destacando a necessidade de ação precoce. "Este governo está intervindo mais cedo – apoiando professores, denunciando a misoginia e intervindo quando os sinais de alerta aparecem para impedir o dano antes que ele comece", afirmou Starmer, observando que "ideias tóxicas estão se enraizando cedo e não estão sendo contestadas".

O custo total da iniciativa é de £20 milhões, sendo que £16 milhões serão custeados pelo contribuinte. O governo está buscando o investimento restante de £4 milhões por meio de um fundo de inovação, trabalhando com filantropos e outros parceiros.

Outras medidas de apoio

A estratégia governamental inclui outras medidas já anunciadas para apoiar as vítimas e combater o abuso:

• Investigadores Especializados: Introdução de investigadores especializados em todas as forças policiais para supervisionar casos de estupro e ofensas sexuais, com treinamento adequado para compreender a mentalidade de agressores e vítimas.

• Ordens de Proteção: Lançamento de ordens de proteção contra abuso doméstico (DAPO), que podem proibir indivíduos de contatar a vítima, visitar sua casa ou postar conteúdo nocivo online, e podem ser usadas em casos de comportamento coercitivo ou controlador. A violação dessas ordens é considerada um crime.

• Apoio a Sobreviventes: Melhor apoio do NHS (Sistema Nacional de Saúde) para sobreviventes de abuso (crianças e adultos) e aumento de financiamento para conselhos fornecerem moradias seguras para sobreviventes de abuso doméstico.

Por @flaviaazevedoalmeida, com agências