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França dá prazo de 48h para site da Shein deixar de vender bonecas sexuais no país

Empresa já recebeu três multas este ano, no país, que somam 191 milhões de euros (R$ 1,17 bilhão), por descumprimento da legislação

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 18:47

Oficinas de vestuário que fornecem à Shein estão fechando na China
França dá prazo de 48h para site da Shein deixar de vender bonecas sexuais no país Crédito: Shutterstock

A França anunciou que iniciou o procedimento de suspensão da plataforma de comércio eletrônico Shein em seu território. A decisão, divulgada nesta quarta-feira (5), veio poucas horas depois de a empresa asiática inaugurar sua primeira loja física permanente no mundo, em Paris. Fundada na China em 2012 e atualmente sediada em Singapura, a empresa vem sofrendo pressão na França há dias, por vender bonecas sexuais com aparência infantil. A prática é investigada pela Justiça francesa.

"O governo iniciou o procedimento de suspensão da Shein, dando à plataforma tempo para demonstrar às autoridades públicas que todo o seu conteúdo está finalmente em conformidade com nossas leis e regulamentos", anunciaram as autoridades francesas em um comunicado. De acordo com o ministério da economia francês, a empresa tem um prazo de 48 horas para retirar os produtos "proibidos", caso contrário as autoridades poderão ordenar uma "requisição digital" que permita ao governo "exigir a suspensão do site na internet".

Shein por Shutterstock

A empresa informou que tomou nota da decisão e reiterou que suas "prioridades absolutas" eram a "segurança" de seus clientes e a "integridade" de seu "marketplace", onde vendedores terceirizados podem oferecer seus produtos online. A plataforma também manifestou interesse em conversar com as autoridades francesas para responder às suas preocupações e anunciou também que suspenderá seu "marketplace" na França, após o escândalo das bonecas sexuais.

A empresa já recebeu este ano na França três multas no total de 191 milhões de euros (R$ 1,17 bilhão), por descumprimento da legislação sobre "cookies", promoções falsas, informações enganosas e por não declarar microfibras plásticas.

A abertura da primeira loja física da Shein permanente nos históricos grandes magazines BHV, no centro de Paris, foi realizada nesta quarta-feira sob um importante esquema policial. No entanto, o escândalo não impediu que centenas de pessoas fizessem fila horas antes para serem as primeiras a entrar no espaço Shein, de mais de 1.000 m², seja por curiosidade ou convencidas por uma marca que consideram acessível.

A inauguração também foi marcada por protestos nas proximidades de ativistas pelos direitos das crianças: "Protejam as crianças, não à Shein", dizia um dos cartazes. A Shein enfrenta críticas pelas condições de trabalho em suas fábricas e pelo impacto ambiental de seu modelo de negócios de moda ultrarrápida ('fast-fashion'), às quais se somou recentemente a controvérsia pela venda em sua plataforma de bonecas sexuais com aparência infantil.

O Ministério Público de Paris abriu investigações contra a Shein, assim como contra os concorrentes online AliExpress, Temu e Wish, centradas na "disseminação de mensagens violentas, pornográficas ou contrárias à dignidade acessíveis a menores". A imprensa francesa publicou uma foto de uma das bonecas vendidas na plataforma, acompanhada de uma legenda explicitamente sexual. Ela tem cerca de 80 centímetros de altura e segura um urso de pelúcia.

A Shein se comprometeu a "cooperar plenamente" com a Justiça e anunciou que está impondo uma proibição a todas as bonecas sexuais. No entanto, o ministro do Interior, Laurent Nuñez, pediu paralelamente à justiça, nesta quarta-feira, o bloqueio do site na internet, onde também foi apontada a presença de facões e socos-ingleses.

Frédéric Merlin, o diretor de 34 anos da empresa SGM, que opera o BHV, admitiu que considerou cancelar a parceria com a Shein após o último escândalo, mas depois mudou de ideia. A companhia "tem 25 milhões de clientes na França", destacou nesta quarta-feira. Merlin disse confiar nos produtos que a Shein venderá em sua loja e denunciou uma "hipocrisia geral" em torno da gigante asiática, cuja chegada provocou a saída de algumas marcas desses grandes magazines.