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Carol Neves
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 11:31
A história de Elize Matsunaga voltou a despertar atenção com a estreia da série Tremembé, no Prime Video. A produção revisita o crime que chocou o país em 2012 e destaca um aspecto até hoje delicado: a relação da ex-prostituta com a filha que teve com o empresário Marcos Matsunaga, então diretor-executivo da Yoki. >
A menina, que tinha apenas um ano quando a mãe foi presa, foi criada pelos avós paternos, Mitsuo Matsunaga e Misako Kitano. Desde então, eles assumiram o papel de pais e tentaram poupá-la dos detalhes do crime. No entanto, o segredo durou apenas até os 9 anos de idade.>
Segundo o escritor Ulisses Campbell, autor de Elize Matsunaga: a Mulher que Esquartejou o Marido, a verdade veio à tona durante uma festa escolar. “Uma criança chamou ela e perguntou ‘Quem são seus pais?’, parece que foi em uma festa de pais [na escola] em que estavam os avós. Aí ela disse ‘ah, Mitsuo e Misaki’”, contou o autor em entrevista ao podcast Cortesia.>
Elize Matsunaga e o empresário Marcos Kitano
Foi então que a colega respondeu: “‘Não, seu pai é o Marcos Matsunaga e sua mãe é a Elize Matsunaga, que é uma prostituta que matou e esquartejou seu pai’”, relatou Campbell. O episódio levou a menina a iniciar acompanhamento psicológico para lidar com o impacto da descoberta. Atualmente, ela consegue falar sobre o assunto, mas segue tratando os avós como pais no cotidiano.>
A família Matsunaga move uma ação na Justiça para retirar o nome de Elize da certidão de nascimento da jovem. O reencontro entre mãe e filha só poderá acontecer quando a menina atingir a maioridade, caso decida por vontade própria.>
O crime que chocou o país>
Em 19 de maio de 2012, após uma discussão por infidelidades, Elize atirou em Marcos dentro do apartamento onde viviam. Cerca de dez horas depois, esquartejou o corpo do marido e guardou as partes em três malas. A filha do casal estava no local durante o crime.>
Elize abandonou os restos mortais em uma estrada e inicialmente alegou à polícia que o marido havia desaparecido. Os pedaços do corpo foram localizados em 27 de maio. Presa em 5 de junho de 2012, ela foi condenada a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão — pena que foi reduzida para 16 anos e três meses em 2019.>
Desde 2022, Elize cumpre pena em regime aberto e deve permanecer assim até janeiro de 2028.>