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Estadão
Publicado em 22 de junho de 2025 às 09:23
O governo do Irã acusou na manhã deste domingo, 22, o presidente americano, Donald Trump, de traição e declarou "qualquer americano" no Oriente Médio um alvo legítimo de retaliação. Horas depois de ter sido atacado pelos Estados Unidos, o Irã calcula como deve responder ao bombardeio das centrais nucleares de Isfahan, Natanz e Fordow, que colocou os EUA diretamente na guerra de Israel contra o país persa. >
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse ter muitas opções para responder ao ataque, que incluem além de retaliações contra alvos americanos na região o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde escoa grande parte da produção mundial de petróleo.>
Araghchi viajará em breve para Moscou para de reunir com o presidente Vladimir Putin para discutir a crise. "A Rússia é amiga do Irã, temos uma parceria estratégica e sempre nos consultamos e coordenamos nossas posições", disse.>
Em uma coletiva de imprensa em Teerã, Araghchi disse que, com o último ataque, Trump "traiu o Irã", com o qual estava envolvido em negociações nucleares, e "enganou seus próprios eleitores", depois de fazer campanha com a promessa de acabar com as guerras eternas dos Estados Unidos.>
Araghchi reiterou que o Irã reserva todas as opções para defender seus interesses de segurança e seu povo. Quando questionado se a porta para a diplomacia ainda está aberta, ele disse que "este não é o caso no momento".>
"Meu país está sob ataque, sob agressão, e temos que responder com base em nosso direito legítimo de autodefesa", disse ele na coletiva de imprensa.>
O aiatolá Ali Khamenei foi levado a um lugar seguro para evitar operações secretas israelenses ou americanas que podem matá-lo e já nomeou sucessores.>
Mais cedo, o governo iraniano disse que o país defenderia seu território e segurança "com toda a força e meios" contra o ataque dos EUA, que chamou de "uma violação grave e sem precedentes" do direito internacional.>
"O silêncio diante de uma agressão tão flagrante mergulharia o mundo em um nível sem precedentes de perigo e caos", disse o Ministério das Relações Exteriores.>
Na TV estatal iraniana, o tom era de indignação após o bombardeio. Um comentarista chegou a dizer que todo cidadão americano ou militar na região é agora um alvo legítimo.>
Pouco depois de ter sido alvo do bombardeio, o Irã realizou novos ataques com mísseis balísticos contra Israel. Ao menos 11 pessoas ficaram feridas.>
A Agência Internacional de Energia Atômica convocou uma reunião de emergência para discutir o ataque americano ao Irã, mas declarou que não houve vazamento de radiação nos locais bombardeados.>
Imagens de satélite obtidas pelo NYT indicam que nos últimos dias os iranianos estavam se preparando para um possível ataque em Fordow, com caminhões sendo vistos deixando a usina.>
bombardeio às centrais nucleares com os aviões B-2 e as chamadas bombas "bunker buster", capazes de penetrar as instalações subterrâneas de Fordow e Natanz, ocorreu no começo da noite de ontem (no horário de Brasília) após Trump ter dito na quinta-feira que daria uma chance à diplomacia.>
"Concluímos nosso ataque muito bem-sucedido às três instalações nucleares do Irã, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Uma carga completa de bombas foi lançada sobre a principal instalação, Fordow", escreveu em sua rede social, Truth Social.>
Pouco mais de duas horas depois, em breve pronunciamento na noite deste sábado, Trump defendeu os bombardeios: "Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã", disse.>