Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

‘Mão Morta’: entenda a arma ‘apocalíptica’ da Rússia que provocou resposta nuclear dos EUA

Sistema de retaliação automática criado na Guerra Fria voltou ao centro das tensões entre EUA e Rússia

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 2 de agosto de 2025 às 14:36

Donald Trump e Vladimir Putin
Donald Trump e Vladimir Putin Crédito: Reprodução

Em resposta direta a uma ameaça envolvendo o sistema nuclear conhecido como "Mão Morta", o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que ordenou o envio de dois submarinos nucleares para uma área próxima da Rússia. A movimentação militar foi anunciada por ele em entrevista à emissora Newsmax, nesta sexta-feira (1º).

“Enviei dois submarinos nucleares para a região. Só quero ter certeza de que as palavras dele são apenas palavras, nada além disso”, afirmou. Ao ser questionado se os submarinos estavam mais próximos do território russo, Trump foi direto: “Estão mais próximos da Rússia. Sim, estão mais próximos da Rússia”.

A operação é uma reação à declaração feita por Dimitri Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual vice do Conselho de Segurança do país. Medvedev mencionou o sistema "Mão Morta", um mecanismo automatizado de retaliação nuclear, sugerindo que os EUA deveriam lembrar do seu poder destrutivo. “Ele não deveria ter dito isso. Ele tem uma boca solta. Já disse outras coisas antes também. Então, queremos sempre estar preparados”, disse Trump, sobre o comentário do russo.

A escalada entre Washington e Moscou se intensificou nos últimos dias. Na segunda-feira (28), Trump expressou frustração com o governo russo e deu um prazo de 10 dias para que fosse declarado cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia. Do contrário, prometeu endurecer as sanções. Medvedev respondeu acusando os EUA de jogarem o "jogo do ultimato" e classificando a postura como “um passo em direção à guerra”. Dois dias depois, Trump rebateu, chamando o ex-presidente russo de “fracassado”.

Horas após o comentário, Medvedev usou o Telegram para devolver o ataque com a referência à "Mão Morta": “Trump deveria se lembrar de como a lendária 'Mão Morta' pode ser perigosa”.

Donald Trump por Shutterstock

O que é a “Mão Morta”

O “Perimetr”, como é chamado oficialmente, é um sistema russo de resposta nuclear automática criado durante a Guerra Fria. Segundo documentos de inteligência, ele teria sido desenvolvido a partir da década de 1970 e ativado em 1986, com o objetivo de garantir a retaliação mesmo se um ataque nuclear matar a cúpula do governo russo, incluindo o presidente.

A existência do sistema foi noticiada pelo The New York Times em 1993, que o descreveu como uma “máquina do juízo final”. “Se o sistema realmente existir, e alguns analistas de inteligência dos EUA dizem que é improvável, mas possível, isso marcaria a primeira vez na era nuclear em que uma máquina foi programada para apertar o botão [de disparo]”, afirmou o jornal na época.

Projetado com sensores e comandos distribuídos por centros militares russos, o sistema só é ativado automaticamente após várias tentativas de contato com autoridades vivas. Se todas as tentativas falharem, ele autoriza o disparo de mísseis nucleares de forma autônoma. Por esse motivo, foi apelidado de "Mão Morta".

Relatórios dos Estados Unidos divulgados em 2017 indicam que o sistema segue ativo e, possivelmente, modernizado ao longo dos anos.

A nova troca de provocações reacende temores de um agravamento do cenário nuclear global. Para Trump, a movimentação militar é uma forma de “estar pronto”. Para Moscou, as declarações americanas podem ser vistas como provocação.