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Tharsila Prates
Estadão
Publicado em 18 de junho de 2025 às 23:14
Um ato em favor da ex-presidente Cristina Kirchner reuniu milhares de apoiadores no centro de Buenos Aires, na Argentina, na tarde desta quarta-feira (18). Manifestantes pediam por 'Cristina livre'. Ela está em prisão domiciliar, no apartamento onde mora a poucos quilômetros do local do ato, e participou da manifestação de forma remota, com uma mensagem gravada e depois em uma chamada telefônica.>
Na última semana, a Suprema Corte da Argentina confirmou uma condenação de Cristina Kirchner em 2022 por corrupção devido a pagamentos superfaturados e favorecimento de contratos para obras públicas na província de Santa Cruz durante sua gestão na Presidência do país.>
A ex-presidente disse na sexta-feira (13) que não fugiria de ordens judiciais e pediu para cumprir a pena em prisão domiciliar por ter mais de 70 anos. Os advogados dela também justificaram o pedido lembrando que Cristina sofreu um atentado em 2022. Ela também havia pedido para ser liberada da necessidade de portar tornozeleira eletrônica por não representar risco de fuga, pedido que a Justiça não atendeu.>
Na terça-feira (17), a Justiça Federal da Argentina concedeu a prisão domiciliar para a ex-presidente. Cristina deveria se apresentar à Justiça na quarta sob forte mobilização peronista, mas, com a decisão, passa a cumprir a pena diretamente de sua casa, sem necessidade do comparecimento ao tribunal.>
Desde a condenação, o que se vê em seu bairro Constitución é um "efeito Lula" semelhante à prisão do brasileiro em 2018, condenado no âmbito da Operação Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, em São Paulo. O presidente ficou preso entre abril de 2018 e novembro de 2019 e, depois, teve a condenação anulada.>
Para o ato desta quarta na Argentina, o PT enviou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS). Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula, Pimenta representa a direção nacional do PT no evento.>
Em nota, a sigla afirma que Kirchner, condenada a seis anos de prisão por corrupção, é "vítima de perseguição político-judicial".>