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Carol Neves
Publicado em 3 de julho de 2025 às 10:32
O brasileiro Rafael Paixão, de 26 anos, voluntário no Exército da Ucrânia na guerra contra a Rússia, sofreu graves ferimentos durante uma missão ao pisar em uma mina-borboleta. O impacto causou a amputação parcial da perna esquerda. Mesmo ferido, Rafael conseguiu se arrastar por aproximadamente nove quilômetros até encontrar ajuda. >
As minas-borboleta, que explodiram sob o soldado brasileiro, são pequenas armadilhas explosivas com cerca de 7 a 10 centímetros de largura, cujo formato lembra o de uma hélice ou borboleta. Por representarem riscos indiscriminados, inclusive a civis, esse tipo de armamento é proibido por convenções internacionais.>
Segundo o portal G1, a família de Rafael, que é do Maranhão, recebeu notícias na quarta (2), por meio de uma ligação do hospital onde ele está internado. Segundo os parentes, seu estado de saúde é considerado estável, embora ele tenha passado por uma cirurgia complexa e tenha perdido a perna do joelho para baixo.>
Em vídeo enviado à imprensa, a mãe de Rafael, Neila Paixão, relatou o momento em que soube do acidente. “Ele foi operado, está hospitalizado, perdeu o pé esquerdo, perdeu do joelho, um pouco do joelho para baixo, mas está estável, está vivo, né? Foi um milagre de Deus. Ele contou um pouco do que aconteceu. Ele andou nove quilômetros, arrastado por um outro militar, que ‘tava’ dando suporte para ele, ele ‘tava’ muito machucado, mas graças a Deus, para honra e glória de Jesus, ele conseguiu”, declarou.>
Antes de se alistar, Rafael era estudante de Direito em uma faculdade particular em Imperatriz, no Maranhão. Em agosto de 2024, ele abandonou os estudos e mudou-se para a Holanda com a então namorada. Após o fim do relacionamento, decidiu se juntar às forças armadas da Ucrânia como voluntário, sendo incorporado ao 3º Batalhão de Brigada de Assalto.>
De acordo com Neila, o filho foi influenciado por colegas que conheceu na Holanda a se alistar na guerra. Ele chegou a ficar 20 dias sem se comunicar com a família, período em que os parentes buscaram ajuda das autoridades brasileiras.>
A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início em fevereiro de 2022, quando o presidente russo Vladimir Putin autorizou uma ofensiva militar no leste ucraniano, atingindo regiões separatistas como Donetsk e Luhansk. O conflito provocou milhares de mortes, milhões de deslocados e grande destruição. A Ucrânia recebe apoio de países ocidentais como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, enquanto a Rússia enfrenta sanções econômicas.>
Segundo o Itamaraty, mais de 100 brasileiros se alistaram voluntariamente no início da guerra. No entanto, o número atual de combatentes brasileiros na linha de frente não é conhecido com precisão. O conflito segue sem perspectiva clara de encerramento, com intensos combates nas regiões leste e sul do território ucraniano.>