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Carol Neves
Publicado em 3 de julho de 2025 às 13:52
A polícia da Flórida prendeu Neha Gupta, médica pediatra de 36 anos, acusada de matar a própria filha de 4 anos e tentar encobrir o crime com uma simulação de afogamento. O caso aconteceu na madrugada de 27 de junho, durante uma viagem de férias em El Portal, Miami, onde Gupta havia alugado uma casa com piscina. >
Por volta das 3h30, a médica ligou para o serviço de emergência dos Estados Unidos, o 911, informando que sua filha, Aria Talathi, havia se afogado. Equipes de resgate chegaram rapidamente ao local e encontraram a menina inconsciente dentro da piscina. Ela foi retirada da água e recebeu manobras de reanimação antes de ser levada ao Centro de Trauma Ryder, no Hospital Jackson Memorial, onde a morte foi confirmada cerca de uma hora depois.>
Em depoimento prestado no mesmo dia aos investigadores do Gabinete do Xerife de Miami-Dade, acompanhada de seu advogado, Gupta afirmou que ela e a filha jantaram por volta das 21h, depois passaram o dia na praia e andando de jet ski. Segundo sua versão, ambas dormiram no quarto principal e, por volta de 3h20, ela teria acordado ao ouvir um ruído no quintal. Ao sair para verificar, encontrou a filha na piscina. Disse ainda que tentou socorrê-la por cerca de 10 minutos, apesar de não saber nadar, antes de chamar ajuda.>
No entanto, as circunstâncias da morte levantaram suspeitas quase imediatamente. De acordo com o relatório do legista, não foram encontrados vestígios de água nos pulmões ou estômago da criança, o que contraria a hipótese de afogamento. Marcas de ferimentos na boca e nas bochechas indicaram que a causa da morte foi asfixia por sufocamento. Além disso, a autópsia revelou que o estômago de Aria estava vazio, o que contradiz o relato da mãe sobre o jantar às 21h.>
Diante dos indícios, os investigadores da Divisão de Homicídios da Polícia de Miami concluíram que a menina já estava morta antes de ser colocada na piscina e que houve uma tentativa deliberada de encenar um acidente. A análise do depoimento de Gupta, das imagens de câmeras de segurança e os laudos forenses foram encaminhados ao Ministério Público do estado, que emitiu um mandado de prisão.>
Quando os investigadores tentaram localizá-la, descobriram que Neha Gupta já havia retornado a Oklahoma, seu estado de origem. Ela foi encontrada e detida em Oklahoma City em 2 de julho, em uma operação conjunta com a polícia local e agentes federais. Agora, a médica aguarda o processo de extradição para o condado de Miami-Dade, onde responderá por homicídio em primeiro grau.>