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Carol Neves
Publicado em 9 de julho de 2025 às 11:18
Nesta quarta (9), a Terra vai girar sobre seu próprio eixo em um ritmo um pouco mais acelerado que o habitual, encurtando levemente a duração do dia. Serão 1,30 milissegundo a menos do que as tradicionais 24 horas - um tempo tão pequeno que sequer é percebido por nós, já que um simples piscar de olhos dura cerca de 300 milissegundos. >
Apesar de parecer curioso, esse tipo de variação na rotação do planeta não é um evento isolado. Em 2025, por exemplo, outros dois dias também deverão ser mais curtos: em 22 de julho, com 1,38 milissegundo a menos, e em 5 de agosto, quando a diferença chegará a 1,51 milissegundo.>
Desde que os relógios atômicos começaram a ser usados na década de 1960, o comportamento da Terra tem sido acompanhado com extrema precisão. E é com base nessas medições que os cientistas sabem que o recorde de dia mais curto já registrado ocorreu em 29 de junho de 2022, quando o planeta finalizou sua rotação com 1,59 milissegundo de antecipação.>
Antes disso, outro marco havia sido alcançado em 2020, ano em que a Terra acumulou os 28 dias mais curtos já documentados. Em 19 de julho daquele ano, por exemplo, o planeta superou o recorde anterior, que vinha de 2005, ao girar 1,47 milissegundo mais rápido que o normal.>
Planetas
Essas alterações, por menores que pareçam, exigem atenção por parte dos cientistas, especialmente porque, ao longo dos anos, pequenas diferenças podem se somar. Em alguns casos, é necessário fazer ajustes no tempo oficial do planeta, por meio do chamado “segundo bissexto”, mecanismo usado desde 1973 para alinhar os relógios com o tempo astronômico. Esse segundo extra pode ser adicionado ou removido, dependendo se a Terra está atrasada ou adiantada em sua rotação.>
A ciência ainda busca respostas mais completas para o motivo dessas flutuações. O planeta, em escala de bilhões de anos, vem diminuindo gradualmente sua velocidade de rotação, de uma maneira não linear. >
Alguns fatores que podem explicar são o movimento dos oceanos, da atmosfera e até mesmo do núcleo líquido do planeta. Mas o que exatamente provoca essas variações ainda é um mistério.>
O certo é que, por enquanto, não há motivo para preocupação. Mesmo com essas leves acelerações, o impacto no cotidiano é praticamente nulo. >