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Carol Neves
Publicado em 24 de julho de 2025 às 14:03
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a agitar o cenário do comércio internacional ao anunciar que pretende aplicar tarifas de importação mais agressivas a uma ampla lista de países, com alíquotas variando entre 15% e 50%. O Brasil está entre os alvos da taxação máxima, segundo Trump, em razão de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) consideradas por ele como hostis ao ex-presidente Jair Bolsonaro. >
Durante uma cúpula sobre inteligência artificial realizada nesta quarta-feira em Washington, Trump afirmou que a nova política tarifária será direta e com aplicação imediata para dezenas de países a partir de 1º de agosto. “Vamos ter uma tarifa simples e direta de algo entre 15% e 50%. Algumas, temos 50% porque não temos nos dado muito bem com esses países”, declarou.>
A medida faz parte de um plano mais amplo que vem sendo delineado por Trump desde abril, quando anunciou a intenção de impor uma tarifa universal de 10% para quase todos os parceiros comerciais dos EUA. Posteriormente, ele indicou que mais de 150 países receberiam uma comunicação formal prevendo alíquotas mínimas entre 10% e 15%. No entanto, nesta semana, o ex-presidente afirmou que essas taxas podem subir, especialmente em casos que considera politicamente sensíveis.>
Além do Brasil, outros países que enfrentam relações comerciais tensas com Washington também podem ser afetados. Coreia do Sul, Índia e membros da União Europeia ainda estão em processo de negociação para tentar evitar as tarifas mais altas. Trump admitiu que tratativas com a União Europeia estão em andamento e disse que poderá reduzir as alíquotas se houver concessões claras. “Se eles concordarem em abrir o bloco para as empresas americanas, então permitiremos que paguem uma tarifa mais baixa”, declarou.>
Donald Trump
No caso do Japão, por exemplo, uma tarifa de 25% foi recentemente reduzida para 15%, após o país eliminar restrições a alguns produtos dos Estados Unidos e apoiar a criação de um fundo de investimentos de US$ 550 bilhões.>
Embora o discurso oficial fale em estímulo a acordos bilaterais, Trump tem classificado as próprias cartas com novas tarifas como "acordos" unilaterais e sinalizou pouco interesse em negociações demoradas. “Há tantos países que você não pode negociar com todos”, disse, ao explicar que a estratégia passa a ser impor tarifas simples e padronizadas para quem não tem tratado com os EUA.>
Além das tarifas, Trump determinou a abertura de uma investigação sobre possíveis práticas comerciais desleais envolvendo empresas americanas em território brasileiro, incluindo restrições à atuação de gigantes da tecnologia. A medida reforça a tensão entre os dois países e amplia a pressão sobre o atual governo brasileiro.>