10% dos baianos deixaram de realizar atividades habitais por motivo de saúde em 2019

Ao todo, 1,407 milhão pessoas viveram essa situação no estado, sendo 285 mil delas em Salvador

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 10:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

Em 2019, uma a cada  dez pessoas na Bahia deixou de realizar suas atividades habituais, como ir ao trabalho ou à escola, fazer ginástica, cuidar da casa, em razão de problemas de saúde. Ao todo, 1,407 milhão viveram essa situação, o que representou 9,5% da população - o maior percentual dentre as 27 unidades da Federação, empatado com o de Sergipe. No Brasil como um todo, 8,1% da população deixaram de realizar suas tarefas habituais por problemas de saúde, nas duas semanas anteriores à entrevista da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). 

Depois de Bahia e Sergipe, o Ceará tinha a terceira maior proporção (9,1% da população). No outro extremo, Mato Grosso (5,6%), Amazonas (6,1%) e Rio de Janeiro (6,9%) tiveram os menores percentuais de população que deixou de realizar atividades habituais por problemas de saúde.

Na Bahia, o percentual de mulheres que deixaram de realizar atividades habituais por motivos de saúde (11,7%, ou 910 mil) foi superior ao de homens na mesma situação (7,0% ou 497 mil). A proporção de pessoas afastadas por problemas de saúde foi maior também entre quem tinha de 40 a 59 anos (12,4%, maior percentual do país) ou 60 anos ou mais de idade (12,1%).

A necessidade de abrir mão de atividades por problema de saúde foi maior ainda entre as pessoas com menor nível de instrução. Entre aqueles que não tinham instrução ou tinham até o ensino fundamental incompleto, 10,7% viveram essa situação em 2019, na Bahia. Não houve uma diferença marcante por cor ou raça nesse indicador, no estado: entre brancos, o percentual ficou em 10,8%; 9,3% entre pardos; e 9,0% entre pretos. 

Salvador também estava entre as capitais líderes nesse indicador, com 9,9% da população (285 mil pessoas) deixando de realizar atividades habituais por motivos de saúde, em 2019. Foi o segundo maior percentual entre as capitais, abaixo apenas do verificado em Aracaju (10,0%) e empatado com o de Recife (9,9%). O perfil dos que mais precisaram parar suas atividades por problema e saúde em Salvador foi bem parecido com o da Bahia em geral. 

Essa situação foi vivida mais pelas mulheres (por 12,0% delas, frente a 7,4% os homens); foi bem mais frequente entre idosos (por 14,5% das pessoas de 60 anos ou mais); um pouco mais frequente entre brancos (11,3%) do que entre pardos (10,0%) e pretos (9,1%); e mais comum também entre os menos escolarizados (vivida por 11,7% dos que não tinham instrução ou nem concluíram o ensino fundamental).

Oito em cada 10 pessoas não tinham plano de saúde na Bahia, em 2019 Em 2019, 17,2% da população baiana (2,551 milhões de pessoas) tinham plano de saúde médico ou odontológico, o que significava que 8 em cada 10 moradores do estado não possuíam esse serviço (82,8% ou 12,280 milhões de pessoas). O percentual de pessoas com plano de saúde na Bahia (17,2%) era bem menor que a média nacional (28,5% tinham plano) e apenas o 16o entre as 27 unidades da Federação. 

São Paulo (41,2%), Distrito Federal (40,2%) e Rio de Janeiro (37,7%) tinham os maiores percentuais de pessoas com plano de saúde médico ou odontológico, enquanto no Maranhão (6,5%), em Roraima (8,3%) e no Acre (9,6%), menos de 1 em cada 10 pessoas possuía o serviço. Assim como ocorria no Brasil como um todo, na Bahia, o percentual de mulheres com plano de saúde (18,2%) era maior que o de homens (16,0%). No país, 29,5% das mulheres possuíam o serviço, frente a 27,4% dos homens.

De forma semelhante, mas com diferenças bem mais marcantes, o percentual de brancos com plano de saúde na Bahia (23,0%) era maior que a média da população (17,2%) e bem superior aos verificados entre pretos (17,0%) e pardos (15,0%). No Brasil como um todo, essa desigualdade era ainda maior: 38,8% dos brancos tinham plano de saúde, frente a 21,4% dos pretos e 20,1% dos pardos.

Entre os idosos (pessoas de 60 anos ou mais de idade), 16,9% tinham algum plano de saúde em 2019, no estado (401 mil). Era quase a metade da proporção verificada em nível nacional (30,2%) e significa que 1,971 milhão de idosas/os na Bahia não tinham um plano de de saúde em 2019. De uma forma geral, a posse de plano de saúde crescia conforme aumentava o nível de instrução e tinham uma correlação bastante forte com a renda. 

Na Bahia, 60,1% das pessoas com nível superior completo tinham plano de saúde em 2019, enquanto a proporção era de 7,9% entre as pessoas sem instrução ou com até o ensino fundamental incompleto. 

A partir do rendimento domiciliar per capita de 2 a 3 salários mínimos (R$ 1.996 a R$ 2.994 em valores de 2019), a maioria já tinha plano de saúde no estado (53,1%), percentual que chegava a 9 em cada 10 pessoas na faixa mais elevada de renda: 90,9% daquelas com mais de 5 salários mínimos per capita (R$ 4.990) tinham plano de saúde. 

Sete em cada 10 pessoas na Bahia foram ao menos a uma consulta médica entre 2018 e 2019 Na Bahia, 7 em cada 10 pessoas (74,1% ou 11,005 milhões de pessoas) tiveram ao menos uma consulta médica entre 2018 e 2019. O percentual ficou um pouco menor que o nacional (76,2%) e foi o 11o entre os 27 estados.

Nos 12 meses que antecederam a entrevista da PNS, os estados com maior proporção de pessoas que tiveram consulta médica foram São Paulo (81,8%), Espírito Santo (80,7%) e Rio de Janeiro (80,0%). Pará (64,4%), Amapá (65,9%) e Rondônia (66,8%) registraram os menores percentuais. 

No Brasil como um todo e nos 27 estados, a percentagem de mulheres que havia tido ao menos uma consulta médica foi maior que a dos homens. A Bahia teve a segunda maior diferença nessa proporção por sexo: 82,0% das mulheres se consultaram, frente a 65,5% dos homens. 

Os 16,5 pontos percentuais que separam as baianas dos baianos quando se trata de ir a uma consulta médica só foi menor que a diferença no Pará, onde 72,6% das mulheres e 55,9% dos homens se consultaram (+16,7 pontos percentuais para elas).

Na Bahia, a desigualdade por sexo na consulta a profissional de medicina foi bem mais significativa do que por cor ou raça. As proporções de pessoas brancas (74,7%), pretas (74,4%) e pardas (73,6%) que tiveram uma consulta entre 2018 e 2019 não foram muito diferentes.

As pessoas idosas, mais escolarizadas e com maior renda tiveram os maiores percentuais de consulta médica realizada. O percentual dos que se consultaram ultrapassava os 80% entre quem tinha 60 anos ou mais de idade (86,6%); entre quem tinha nível superior completo (85,2%); e entre quem estava na faixa de rendimento domiciliar per capita entre 3 e 5 salários mínimos (91,2%) ou de mais de 5 salários mínimos (87,7%).

Quatro em cada 10 pessoas foram ao dentista na Bahia entre 2018 e 2019  A proporção de pessoas que tiveram ao menos uma consulta odontológica na Bahia, entre 2018 e 2019, foi bem menor que o da consulta médica. Nos 12 meses anteriores à entrevista da PNS, 44,2% da população do estado (6,564 milhões) consultaram dentista.

O percentual na Bahia foi menor que o do país como um todo (49,4%) e o 18o entre as 27 unidades da Federação. Santa Catarina (59,6%), São Paulo (56,3%) e Rio Grande do Sul (55,6%) tiveram as maiores proporções, enquanto Maranhão (34,6%) Pará (35,5%) e Amapá (39,1%) tiveram as menores.

Assim como ocorreu com a consulta médica, as mulheres também foram mais ao consultório odontológico em todos os estados brasileiros. Na Bahia, quase metade das mulheres (48,1%) foram a pelo menos uma consulta odontológica entre 2018 e 2019, enquanto entre os homens o percentual foi de 39,9%. No Brasil os percentuais foram de 52,6% e 45,9%, respectivamente.

O fator renda se mostrou o mais importante para a realização de consulta odontológica. Na Bahia, entre as pessoas que estavam na faixa mais alta de rendimento domiciliar per capita (mais de 5 salários mínimos), 72,7% haviam se consultado com dentista nos 12 meses anteriores à pesquisa. O percentual era o dobro do verificado para as pessoas na faixa mais baixa de renda domiciliar per capita: entre quem não tinha rendimento ou tinha até 1/4 de salário mínimo per capita, 36,1% foram a dentista.

Oito em cada 10 pessoas que se internaram na Bahia, entre 2018 e 2019 Entre 2018 e 2019, 885 mil pessoas na Bahia ficaram internadas por pelo menos 24 horas, o que correspondeu a apenas 6,0% da população do estado. Dos que se internaram, 78,1% (cerca de 8 em cada 10 ou 691 mil pessoas) o fizeram em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Embora o percentual de pessoas internadas na Bahia (6,0%) seja um pouco menor do que nacional (6,6%) e apenas o 16o entre as 27 unidades da Federação, a proporção de pessoas que, ao se internarem, usaram o SUS no estado (78,1%) ficou bem acima da média do Brasil (64,6%) e foi a 6a maior do país.

Na Bahia a percentagem de mulheres que se internaram (7,2%) foi maior que a de homens (4,5%) e, dentre as que se internaram, a proporção que usou o SUS também foi maior entre elas (78,8%) do que entre eles (76,8%).

Entretanto, no sentido inverso a muitos outros indicadores, a proporção de internação no SUS, no estado, era maior entre pretos (81,2% dos que se internaram usaram o SUS) e pardos (80,0%) do que entre brancos (71,3%). Também foi maior entre os sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (89,0%) do que entre quem tinha curso superior (29,7%); e entre as pessoas de menor rendimento domiciliar per capita (97,9% entre quem era sem rendimento a 1/4 de salário mínimo) do que entre as de maior renda (11,4% entre os com mais de 5 salários mínimos per capita).

Na Bahia, quase 4 em cada 10 domicílios (36,4%) têm aos menos um cachorro Em 2019, na Bahia, quase 4 em cada 10 domicílios (36,4% ou 1,912 milhão) tinham ao menos um cachorro. Era o 5o menor percentual entre as 27 unidades da Federação e significativamente abaixo da média nacional (46,1%). 

Rondônia (64,8%), Mato Grosso do Sul (61,5%) e Mato Grosso (61,2%) eram os estados com maiores proporções de domicílios com cachorro. Alagoas (34,0%), Pernambuco (34,2%) e Sergipe (34,7%) tinham as menores. 

Os gatos eram, em geral, menos presentes nos domicílios do que os cães. Na Bahia, 2 em cada 10 residências tinham ao menos um gato em 2019 (20,2% ou 1,061 milhão em números absolutos), mas era uma proporção levemente superior à média nacional (19,3%) e a 18a maior entre os 27 estados.

Os três estados com maiores percentuais de domicílios com gato eram Piauí (32,6%), Maranhão (31,5%) e Ceará (29,3%). Distrito Federal (10,3%), Espírito Santo (13,2%) e Minas Gerais (14,5%) tinham as menores proporções.

Na Bahia, em 65,5% dos 2,436 milhões de domicílios onde havia ao menos um cachorro ou gato, todos os animais haviam sido vacinados contra raiva nos 12 meses anteriores à PNS. O percentual ficava abaixo do verificado no país como um todo (72,0%) e era apenas o 17o entre as 27 unidades da Federação. 

Distrito Federal (84,3%), Rio de Janeiro (83,6%) e São Paulo (81,1%) tinham os maiores percentuais de domicílios com cães ou gatos vacinados. Acre (51,5%), Rio Grande do Sul (54,2%) e Roraima (58,7%) tinham os menores.

Salvador é a capital com menor percentual de domicílios com cachorro  Os percentuais de domicílios com animais eram ainda menores em Salvador. A cidade tinha a menor proporção de residências com cachorro dentre as capitais brasileiras (24,5%, ou 262 mil domicílios) e a terceira menor proporção de domicílios onde havia gato (10,6%, ou 114 mil domicílios, em números absolutos).

Porto Velho/RO (59,6%), Campo Grande/MS (59,0%) e Boa Vista/RR (56,3%) eram as capitais com maiores percentuais de domicílios com cachorro. No outro extremo, além de Salvador, estavam Aracaju/SE (26,3%) e Vitória/ES (26,8%).

A proporção de domicílios onde havia gato era maior em Teresina/PI (26,4%), Fortaleza/CE (24,3%) e Macapá/AP (23,0%); e era menor em Vitória/ES (9,5%), Brasília (10,3%) e Salvador (10,6%).

Dentre os 337 mil domicílios soteropolitanos onde havia cachorro ou gato, 78,8% (265 mil) tinham vacinado todos os seus animais contra a raiva nos 12 meses anteriores à PNS. Era um percentual maior que a média do estado (65,5%), mas apenas o 14o entre as 27 capitais. 

São Paulo/SP (84,3%), Brasília/DF (84,3%) e Belo Horizonte/MG (84,1%) lideravam nesse indicador, enquanto Rio Branco/AC (55,1%), Palmas/TO (64,3%) e Boa Vista/RR (65,7%) tinham os menores percentuais.