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Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2019 às 19:05
- Atualizado há 2 anos
A juíza federal substituta da Justiça Militar Mariana Queiroz Aquino aceitou neste sábado (11) a denúncia do Ministério Público Militar e torneu réus os 12 militares do Exército envolvidos em uma ação que alvejou um carro com dezenas de tiros. Um músico e um catador foram mortos a tiros. Todos responderão por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificada e omissão de socorro.>
Os doze foram denunciados ontem pelas mortes do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador Luciano Macedo, no mês de abril. Os dois foram baleados pelos militares, que afirmaram que atiraram contra o carro confundindo com um veículo de assaltantes. Evaldo estava no carro com a família e Luciano se aproximou para ajudar e acabou sendo atingido também pelos tiros.>
Segundo o laudo, foram disparados 257 tiros de fuzil e de pistola. O carro do músico foi acertado por 62 disparos. O sogro dele, Sérgio de Araújo, ficou ferido. A mulher de Evaldo, o filho dos dois e uma amiga do casal, todos no carro, não ficaram feridos. A família ia para um chá de bebê. Atingido, Evaldo morreu na hora.>
Já Luciano, que morava próximo e passava com a mulher, grávida, ficou internado desde o dia do crime, em 7 de abril, até o dia 18 do mesmo mês, quando morreu no hospital.>
Veja os nomes dos militares denunciados hoje:Italo da Silva Nunes Fabio Henrique Souza Paulo Henrique Araújo Leonardo Oliveira de Souza Wilian Patrick Pinto Gabriel Christian Honorato Matheus Sant'Anna Claudino Marlon Conceição da Silva João Lucas da Costa Gabriel da Silva de Barros Vitor Borges de Oliveira Leonardo Delfino Costa Nove dos doze estão presos desde o dia 7 do mês passado, quando ocorreu. Todos estão detidos em uma unidade militar e a defesa já pediu para que eles acompanhem o processo em liberdade. Os outros três militares envolvidos aguardavam em liberdade a decisão da Justiça. Destes três, dois dirigiam as viaturas militares que estavam no local em que o caso ocorreu. Os próprios colegas dizem que eles não atiraram. O soldado Leonaro Delfino também não disparou, dizem os depoimentos.>
O Supremo Tribunal Militar, que julga o pedido de liberdade, é composto por 15 ministros, sendo quatro integrantes do Exército, três da Marinha, três da Aeronáutica e cinco civis. O subprocurador do MP militar Carlos Frederico elaborou parecer em que diz que os militares deveriam responder em liberdade. O relator do caso, general Lúcio Màrio de Barros Góes, afirma que a prisão não pode antecipar uma eventual pena e que isso fere a presunção de inocência. Até o momento, quatro ministros votaram a favor da soltura e um foi contra. O vice-presidente da Corte, José Barroso Filho, pediu vista e o julgamento foi adiado.>