5 coisas que você precisa mudar para ter uma relação duradoura

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  • Vanessa Brunt

Publicado em 6 de maio de 2020 às 05:00

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O que é uma relação intensa? O que é ser leve em um relacionamento? O que é ser fácil em uma relação? Os significados desses e de outros termos têm sido distorcidos socialmente e não têm trazido o que é, de fato, primordial para um laço firme, saudável e duradouro.  Como escritora, a minha maior paixão é ressignificar palavras, partindo e quebrando diversas delas para mostrar como, na verdade, temos entendido tudo errado e praticado ideias de formas tortuosas.  Reuni, portanto, frases e trechos de alguns dos meus livros para que possamos ressignificar algumas noções que acabam atrapalhando o caminhar das nossas ligações humanas no cotidiano. Confira o que você pode reformular para ter um relacionamento mais duradouro:Leia também: 35 frases nada clichês para usar nas legendas e refletirLeia também: 5 coisas que você tem feito errado e ninguém te falou 1. Ressignifique a ideia de intensidade | Texto: Arrebata-dor Depois que a gente amadurece, vê que uma história arrebatadora não é aquela em que a gente puxa os cabelos loucamente e escorrega pela porta até se esparramar em lágrimas pelo chão. A gente percebe que intensidade e inconsequência são opostos. História arrebatadora é o lembrete de que intensidade não é sinônimo de esgotamento, é sinônimo de preencher. Intensidade é viver o diferente sem perder o construído. É provar uma torta de sabor inusitado com o outro, é assistir aquela série sobre a qual alguém falou mal. Intensidade é sobre ser inovador (e não descuidado!). É arrebata-dor – e não descontrola-dor. Intensidade é sobre teorizar o fim de um filme, é ganhar mais criatividade ao trocar ideias e intimidade. É conhecer lugares diferentes com aquela companhia que continua a trazer sensação de casa, é assistir ao jogo de basquete que ele ama, é ouvir aquela música que ela adora, é ampliar universos por misturar o seu com aquele outro.  Intensidade é acréscimo. Desgaste é oposto. Desgaste é ter algo cada vez mais raso saindo pelas brechas, é ter o vazio que só se pode preencher fora dali. Não há tempo para rabiscar novidades quando se passa esse tempo tentando reescrever. Não há tempo de ser intenso onde se é pouco, porque intensidade é sobre poder escolher, e só se pode escolher quando há paz. História arrebatadora de verdade é aquela com escolhas justas feitas todos os dias, é a batalha que nos faz ter tempo de viver afirmações e crer cimentos com o outro. História arrebatadora é aquela que pode continuar sem que se pergunte até quando. Intensidade é tentar o que não tenta-ria tão facilmente. É se permitir com a cautela de não fazer o que levaria o outro embora, porque, se não, já seria inconsequente. Inconsequência tira a intensidade, porque intenso é o que tem sequências, é do que é mais do colocar. (...) Arrebata-dor é livro inteiro. O resto deixa pontas soltas e sem pontos conectados não existem linhas. Sem linhas ninguém pode escrever. Não sem tudo ficar torto e sem lugar. Amor só é amor se for transforma-dor. Porque amor que é amor é verifica-dor. Quando paramos de buscar um amor intenso e buscamos paz, encontramos o amor intenso.2. Ressignifique a ideia de facilidade | Veja frases abaixo que fazem a ressignificação - todas de minha autoria • "Esse negócio de dizer que o que vem fácil, vai fácil, é um gigantesco levantar de muros, é puro embaraço. Só ocorre assim para quem não rega depois de receber a horta. Para ser fácil, de fato, é justamente o contrário requerido. O amor, só é amor, se construir fácil. A paixão, só é paixão, se voltar fácil. O talento, só é talento, se fluir fácil. O encanto, só é encanto, se nascer fácil. O prazer, só é prazer, se durar fácil. O fácil é o único tipo de pé que faz valer a caminhada nas pedras. O que pede demasiado ardor e vem com um apanhado de barreiras, só é tesouro se, no fundo, ou melhor, no caminho, desembaraçar fácil. Paciência somente para o que der paz e ciência" • "Só (de)more onde puder (sempre) estar". • "O que é pra ser não te (r)acha, te mantém. O que é pra ser, está sendo, não é só quando (con)VÉM". • "Coração cansado não deita onde só pode cochilar". • "Só rio e caminho para longe do que não só-MAR". • "Às vezes, não é questão daquilo melhorar ou piorar. Às vezes, é só questão de perceber que aquilo não é para você. Não é sobre esperar algo mais positivo ou esperar o negativo para aquela estrada: é apenas sobre não esperar mais". • "Quando a gente aprende a respirar, a gente vira ar e só aceita ficar onde estamos em todo lugar". • "Intimidade é sobre não sentir agonias". • "Às vezes, a única forma de seguir em frente é parando de mexer-se. Ir também é ficar". • "Quem aceita o trivial, tem que aceitar o morno. Quem aceita tudo, tem que aceitar ter nada. Se aceitam a banalidade, vão ter que aceitar a revolução". • "O raro só é raro para quem aceita o pouco como muito".

3. Ressignifique a ideia de tentativa | Texto: A Tentativa Não é Tentar Quem está tentando não diz que está tentando. Tentar não é tentar, por isto, quem tenta de verdade não acha, sequer, que está tentando, acha que está fazendo. Está. Fazendo. É o começo de algo, mesmo que de um fim. Quem está tentando de verdade está sempre caçando evolução no que jurou tentar, porque não apenas jura, não apenas (a)tenta: conduz. O luta-dor real não espera por nada, não a-guarda brechas para diminuir as culpas jogando-as para os lados. Quem faz (e não apenas alega tentar) não usa o que já foi feito como justificativa para tentar menos após. Porque quem tenta de verdade é desesperado e o desesperado sabe exatamente o que fazer. Tentativa que fica repetindo que está tentando, vira sinônimo de se desculpar com antecedência. Quem tenta de maneira justa não está na tentativa, mesmo se depois for embora, mesmo se houver chance de escolher outra rua. Quem tenta de verdade está conseguindo.(trecho do texto do livro Depois Daquilo, de minha autoria)4. Ressignifique a ideia de leveza | Texto: (E)leve Ser leve é cuidar do que leva para que nada vire pesado no caminho. Ser leve é cuidar do que se deixa por aí, porque o que deixa é o que leva, é o que persegue seu mindinho. Muita gente considera que gente leve é pessoa que não gera atrito, que vive emitindo alegria e nada de reclama-ação. Mas ser leve não é deixar de cobrar, deixar de pontuar, deixar de conectar. Tudo o que deixou de ligar, já abandonou a bagagem e já não é leve, porque já não quer levar. Quem é leve não tem tempo para dor que se repete, por isso, busca deixar tudo às claras. Leve é quem diz. Ser leve é sobre não se entalar, é sobre não deixar bolas de neve por dentro, até que não se aguente mais sequer andar. Quem é leve se preocupa em pagar as contas e cobrar ao devedor, porque só assim não há prisão, sobrecarga e não (se-)para. Ser leve é e-lev(ação) e só se eleva quem se incomoda. Quem está sempre tranquilo demais, não está nada, porque só planta bem quem poda. Não permita que digam que querem uma relação leve e que a sua está pesada por você exclamar quando tudo está fora dos eixos. Relação é contrato. É sobre combinar limites e recombiná-los de tempos em tempos. É sobre deixar claro o lembrete das cláusulas. Caso contrário, não há lei, e sem lei, não há leveza, há caos. Ser leve é coisa de quem quer crescer junto. Crescer também precisa de bronca, de não seguir, enfrente. Ser leve é pontuar para que não precise rabiscar tanto depois a ponto de acabar (a)pagando mais. Se está abarrotado por ter algo sendo repetido demais, é porque algo está sendo desalinhado demais. Algo não está sendo jurado com total clareza quando há hora do alinhamento, do diálogo com cartas na mesa (e nunca na manga). O leve para e tenta alinhar. Mas ele sabe que vai deixando de ser leve quando não há mais para onde ir, porque quem não se mexe, fica mais lento ao tentar ir para frente de novo. O leve, não se engane, lembra que basta ler duas vezes o mesmo final para saber que vai apenas repetir a leitura do mesmo capítulo. Você diz que quer algo leve. Mas está fazendo a parte pesada para isso? A parte de combinar o que pode cumprir para que algo não precise ser repetido? A parte de clarear o que não pode cumprir? Tudo (só) vale a pena se for capaz de fe-RIR. Se não faz sorrir mesmo na dor, se não mostra o lado belo mesmo dentro do horror, se não pesa mais para o lado da paz do que para o terror, se não fica ferido quando o outro perde alguma cor, não é o que vai amor-tecer. E sentimento só é real enquanto ainda amor-tece.5. Reflita sobre o papel de cada um após um erro e lembre que relações são como bicicletas Na hora da briga, pare e pergunte: "Mas qual é a solução? O que eu posso fazer e o que você pode fazer daqui para frente?". Continue a discussão apenas a partir disso.  Texto 1: O assassino tem que dar seu tempo se quer ficar Quem tem que ter paciência não é o ferido. Ele pode agudar o quanto quiser. O seu relógio está pausado no roxo da sua garganta. O sofredor é quem necessita. Ele não tem que esperar por nada, ele pode querer agora, ele pode querer com velocidade. É tudo emergência para quem tem a faca cravada em si. Não deixe que o atropela-dor inverta os papéis. Quem tem que ter paciência é quem feriu. O esfaqueador tem que ser doa-dor. Tem que dar seu tempo se quer ficar, se quer misericórdia. Tem que doar com gosto seus ponteiros para o ensanguentado, porque das horas do atingido ele já tirou uma parte. O tempo para quem sofre e o tempo para quem causa o padecimento são sempre distintos. A urgência é do primeiro, o sufoco e o desespero. O machucado não deve permitir que quem não sabe entender seu alarme prossiga em seu tempo. (trecho do texto do livro Depois Daquilo, de minha autoria)Texto 2: Trecho do livro Ir Também é Ficar, de minha autoria Quando encostava em Vinha, sempre pensava – antes de entrar no sono profundo – que bicicletas poderiam ser boas representações sobre relacionamentos amorosos. É preciso equilibrar, guiar com mãos e pés e não dá para se locomover sem certo esforço constante – não é sobre conseguir não cair uma vez, é sobre poder continuar com a sensação de segurança de que grandes quedas não vão acontecer.