A Avenida de cada um

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  • D
  • Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2021 às 18:18

- Atualizado há um ano

O carnaval não estará nas ruas. Está em nós. O espirito criativo, artístico e da nossa expressão emocional, identitária, escrachada e libertária está nas infovias, por que é assim que 2021 ficará marcado. Por outras vias e canais de expressão da nossa necessidade de carnaval. 

O corpo está confinado, proibido de aglomerar, ao bem de tantos corpos que já partiram e de tantos que devem ser protegidos, por nós mesmos. Mas a alma está livre para expressar tudo que está vivendo neste momento da humanidade. Outras formas de "viver tudo o que se há pra viver e se permitir". 

Não viver a ritualidade dos corpos em movimento e os ritos das agremiações de matrizes diversas, principalmente as afro brasileiras e as celebrações do micro e macro desejo, individual e coletivo, teria mais impacto se não fossem os símbolos e as pessoas vivas em nós. 

Em recorte artístico, aos criadores e músicos, que são os verdadeiros protagonistas do som que nos une em catarse. Quem inventa, produz e traduz o ritmo de cada tempo e lugar. O carnaval é verdadeiramente, sob esse aspecto, deles! Não há música, sem músico. A substância e o protagonismo. Seja a música que faz dançar ou a que faz pensar e também dançar. 

As lives, por mais impossibilidades que representem, emanam a memória afetiva, a atuação dos músicos e de uma rede de profissionais, trabalhadores culturais e de carnaval envolvidos, a arte das e dos intérpretes que vem sendo espalhadas por aí. 

Todo mundo está sofrendo, mas isso vai passar, em mais ou menos tempo, depende de coisas e ações que podemos e não podemos controlar. A consciência está sendo convocada a se reorientar. A unir propósitos e diferenças. A enxergar o invisível e recriar o visível. A sentir saudade de estar junto. A cuidar de nós, do outro e de quem mais for possível. A sermos humanos melhores, mesmo em convívio com nossos piores. 

Enquanto tudo acontece achemos uma forma de fazer acontecer. Acolhendo as perdas, aquecendo os corações, dançando, cantando e abraçando os sentimentos e tocando em frente até um novo Chame Gente. Até um novo enxame, gente. A gente se vê na avenida de cada um até lá...

Texto originalmente publicado no Instagram e republicado com autorização do autor