A direção da Petrobras mente para o povo baiano

A verdade tem de ser dita e deve prevalecer

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  • Da Redação

Publicado em 30 de março de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: divulgação/SINDIPETRO

A Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no município de São Francisco do Conde, na Bahia, está sendo vendida pela direção da Petrobras para o fundo árabe Mubadala, por menos da metade do seu real valor de mercado.

Apesar do prejuízo, a venda – realizada em um processo repleto de irregularidades - foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras.

Junto com a RLAM, a Petrobras vende 669 quilômetros de oleodutos, que ligam a refinaria ao Complexo Petroquímico de Camaçari e ao Terminal de Madre de Deus, que também está sendo vendido no pacote que inclui ainda outros três terminais da Bahia (Candeias, Jequié e Itabuna).

O Sindipetro Bahia, representante legítimo da categoria petroleira no estado da Bahia, repudia e se posiciona contra a venda dos terminais marítimos e da RLAM.

A entidade sindical também vem a público denunciar uma série de mentiras que vêm sendo ditas pela direção da Petrobras.

Ao falar sobre a venda da RLAM, em entrevista a uma emissora de TV, na Bahia, a direção da Petrobras fez afirmações falsas, enganando os consumidores, os gestores e os baianos.

Não podemos compactuar com mentiras. A verdade tem de ser dita e deve prevalecer.

Nessa entrevista, a direção da estatal disse que a venda da Rlam “vai impactar na redução do preço da gasolina porque vai permitir que mais agentes econômicos participem desse processo de venda de combustível, que hoje estava totalmente concentrado na Petrobras”.

Essa afirmação é falsa. A verdade é que não haverá redução dos preços dos combustíveis, pois o objetivo de qualquer empresa privada é o lucro em primeiro lugar. Além disso, não haverá concorrência. O processo de venda de combustível ficará totalmente concentrado nas mãos do grupo árabe Mubadala.

É falsa também a afirmação da Petrobras de que a privatização da Refinaria Landulpho Alves beneficiará a economia baiana “pois abrirá espaço para que haja competitividade”. Perguntamos: a RLAM, como empresa privada, vai competir com quem na Bahia e até mesmo no Nordeste? Não há outra empresa desse porte que possa competir com a refinaria.

A direção da Petrobras afirmou também que o fim do monopólio vai trazer mais competitividade, pois segundo a estatal, o monopólio “é ruim, em todas as condições, pois não permite a concorrência”. Mais uma mentira dita na TV.

A verdade é que desde 1997 não existe monopólio de petróleo no Brasil. Mesmo assim nenhuma empresa privada teve interesse de construir uma grande refinaria no país. Agora, “abocanham” o patrimônio do povo brasileiro, recebendo estruturas que foram construídas durante anos com o dinheiro público.

De acordo com estudo desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro, a privatização das refinarias da Petrobras, incentivará a criação de monopólios regionais privados. A RLAM, segundo os pesquisadores, é uma das refinarias da estatal com potencial mais elevado para formação de monopólios regionais, o que pode aumentar ainda mais os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, além do risco de desabastecimento, o que deixará o consumidor inseguro e refém de uma empresa privada.

Não à privatização da Refinaria Landulpho Alves.

A RLAM é do povo baiano!

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