A fila andou: segundo dia de vacinação começa pelo Martagão Gesteira

No total, 273 profissionais de saúde foram imunizados

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  • Gil Santos

Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 10:33

- Atualizado há um ano

. por Arisson Marinho/CORREIO

Se toda a primeira remessa da CoronaVac que desembarcou em Salvador no início da semana fosse usada para imunizar os 103 mil profissionais de saúde que atuam nas redes pública e privada da capital, as 42 mil doses seriam suficientes para proteger apenas 20% da categoria, isso porque cada pessoa precisa tomar duas doses. 

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Mas como o imunizante está sendo dividido também com idosos que vivem em instituições de longa permanência a possibilidade de ser escolhido é ainda menor. Por isso, quem está conseguindo se proteger se sente privilegiado. Os médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que receberam o imunizante nesta quarta-feira (20) no Hospital Martagão Gesteira, no Tororó, disseram que a sensação era de ter ganhado na loteria. Foram 273 felizardos. 

O segundo dia de vacinação começou por volta das 9h na capital. O prefeito Bruno Reis contou que devido à pequena quantidade de doses recebidas nessa primeira etapa de vacinação estão tendo priorizados os profissionais que atuam diretamente com pessoas infectadas em instituições públicas e conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), os que estão na chamada linha de frente do combate a covid-19.

“Nós temos em Salvador 103 mil profissionais de saúde, tanto na rede pública como na rede privada. Trabalhadores da saúde não são apenas médicos e enfermeiros, são todos os funcionários desta instituição, portanto, o porteiro, o auxiliar de serviços gerais, o técnico de radiologia, o auxiliar administrativo, a nutricionista, o fisioterapeuta etc, mas, diante da quantidade de doses que recebemos tivemos que estabelecer prioridades e o critério foi proteger primeiro os profissionais que estão na linha de frente no combate da pandemia”, afirmou.

A estimativa é que 5,3 mil doses sejam aplicadas nesta quarta, contemplando trabalhadores de 18 unidades de saúde, a exemplo de hospitais de grande porte, UPAs e Gripários. Segundo o secretário municipal de Saúde, Léo Prates, uma equipe formada por 30 vacinadores percorrerá as unidades para efetuar a imunização, que só termina por volta das 18h. "Nós ainda devemos ter de 16 a 18 meses de enfrentamento à pandemia, por isso a colaboração para que as pessoas tenham paciência e mantenham os cuidados", disse Léo Prates.Mais vacinas O Instituto Butantan desenvolveu a CoronaVac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. No domingo (17), o laboratório brasileiro conseguiu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial das 6 milhões de doses do imunizante que foram enviados pelo país asiático. A Bahia recebeu 376 mil doses desse carregamento. 

Agora, o Butantan está aguardando uma nova liberação para usar mais 4,8 milhões de doses da vacina que foram produzidas no Instituto e que já estão prontas. Caso essa nova autorização seja concedida pela Anvisa não será preciso fazer novos pedidos para as próximas remessas. Além disso, o laboratório brasileiro informou que está aguardando um carregamento com mais matéria prima que será enviado da China. 

Enquanto isso, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também corre contra o tempo para colocar a disposição dos brasileiros a vacina que desenvolveu em parceria com a Universidade de Oxford. A Anvisa aprovou o medicamento e o Ministério da Saúde encomendou 2 milhões de doses que já estão prontas, mas elas ainda não chegaram. O laboratório aguarda o envio de insumos para começar a produção no Brasil. 

O Governo do Estado da Bahia ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo autorização para usar a vacina Sputnik, produzida pela Rússia. O medicamento ainda não foi liberado pela Anvisa, mas foi certificado por outras Agências de Vigilância Sanitária pelo mundo e tem eficácia de 90%. Existem 10 milhões de doses que estão disponíveis para compra.