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Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2022 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Com o longo período de distanciamento físico imposto pela pandemia de covid-19, as inter-relações humanas, competências essenciais à boa formação médica, foram bastante afetadas. Com graves repercussões na saúde mental e no processo de ensino-aprendizagem das escolas médicas em todo o mundo, tornaram-se necessárias adequações nesse setor educacional. >
Para reduzir o impacto negativo na formação dos futuros médicos e manter a teorização da grade curricular, a internet e as tecnologias de comunicação passaram a ser utilizadas no chamado ensino remoto emergencial. Nesse processo, os países de baixa renda, com grandes desigualdades sociais e acesso restrito à internet, se viram em desvantagem.>
Se por um lado, a questão das atividades teóricas foi parcialmente resolvida, por outro, uma lacuna se formou no que tange à aplicabilidade prática dos conhecimentos adquiridos. Não se faz um médico apenas com conhecimentos técnicos, o contato humano é imprescindível para a construção do profissional que queremos para o futuro, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva.>
O curso de Medicina da UniFG Brumado, com cerca de 6 meses de portas abertas, conta com um currículo integrado baseado em competências, idealizado pelo grupo Ânima/Inspirali. O aluno é o centro do processo de aprendizagem, tendo o professor como um facilitador nas chamadas metodologias ativas de aprendizagem. >
Desde o primeiro momento os estudantes são inseridos nas atividades cotidianas das Unidades Básicas de Saúde do município, relacionando-se com a equipe multiprofissional, participando de campanhas de vacinação, dentre outras ações com repercussões positivas para ambos os lados. >
Na Instituição, as atividades práticas, outrora prejudicadas pelo distanciamento físico imposto pela pandemia, continuam a todo vapor nos laboratórios, bem como nos treinamentos da Unidade Curricular de Habilidades Médicas e Estações Clínicas, envolvendo simulações realísticas com pacientes atores e manequins de alta tecnologia. >
Os estudantes começam a se organizar para participarem de ligas acadêmicas, projetos de extensão, grupos de monitoria, tudo isso para estreitar os vínculos e aprimorar seus conhecimentos nas trocas que a vida acadêmica permite. De volta à realidade, mas não esquecendo os ensinamentos propiciados por esse período estressante da pandemia, voltemos os olhares para as nossas relações, cuidemo-nos para podermos cuidar e, assim, seguirmos em frente nesse mundo fascinante da educação médica.>
Irineu Viana é médico, especialista em clínica médica e gastroenterologia, membro titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia, mestre em Saúde Tropical e atual coordenador do curso de Medicina da UniFG Brumado. >