A marcação começa no ataque

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  • Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Foi-se o tempo em que o futebol permitia que os atacantes estivessem liberados das obrigações defensivas, que as funções em campo se resumiam a construir e finalizar jogadas, como se defesa e ataque fossem setores compartimentados, tal qual o futebol americano. O esporte mais popular do planeta evoluiu e há, hoje, um apelo pela coletividade como jamais se viu e quem não acompanha o bonde fica para trás, sejam equipes, treinadores ou jogadores.

A introdução é apenas o gancho para resgatar um trecho da entrevista coletiva de Roger Machado, concedida na semana passada, na qual ele explica o motivo de não ter utilizado Marco Antônio desde que chegou ao Fazendão. O treinador respondeu da seguinte forma: “O que Marco precisa evoluir, assim como a maioria dos jogadores brasileiros que jogam do meio para frente, é participar dos processos defensivos”. Assim como Ramires, outra joia revelada na base tricolor e que rumou esta semana para o futebol suíço, Marco Antônio apareceu de forma repentina, chamando atenção pela facilidade no drible, mas algumas lesões atrasaram o seu desenvolvimento.

Roger Machado não é um homem de meias palavras. Ele elogiou a capacidade ofensiva de Marco Antônio, um jogador com bom repertório, capacidade de vitória pessoal e peça importante para desequilibrar as defesas adversárias, mas deixou claro que o atleta precisa se disciplinar em relação ao jogo defensivo. Para um meia que tem capacidade de jogar centralizado ou aberto em um dos lados do campo, é imprescindível que pressione o adversário no momento da perda da posse de bola e, principalmente, dedique-se na recomposição.

É justamente pela importância defensiva que Élber leva vantagem na disputa para substituir o jovem Artur, convocado para a seleção brasileira sub-23, que joga amanhã e na segunda. Além da velocidade para puxar contra-ataques, tão importante no modelo de jogo implantado por Roger Machado no tricolor, o camisa 7 coloca muita intensidade nas ações defensivas, fechando os espaços pelo lado do campo e auxiliando o lateral na defesa. O outro postulante à vaga é Arthur Caíke. O próximo duelo do Bahia está marcado para sábado, contra o Vasco, no Rio de Janeiro.

O que pesa contra Caíke é justamente a falta de intensidade na hora de recompor, em muito justificado pelo período em que passou no Al Shabab, da Arábia Saudita, onde não se dá a mesma ênfase aos treinamentos que se tem no Brasil. O atacante confessou que encontrou dificuldade de readaptação no retorno ao país. Por aqui, joga-se e treina-se muito. Não por acaso, o melhor momento do atacante com a camisa tricolor foi logo na chegada de Roger, quando o treinador armou a equipe em um 4-4-2, com Arthur Caíke jogando mais centralizado, próximo de Gilberto e, consequentemente, do gol adversário.

Quem quer que seja o escolhido para começar jogando, o Bahia precisará manter a concentração durante os 90 minutos contra um Vasco que tecnicamente é inferior, porém vive boa fase depois da chegada de Vanderlei Luxemburgo e tem feito bons jogos. Somar pontos fora de casa seria fundamental para as pretensões de Roger Machado e seus comandados, que passaram a falar mais abertamente sobre o desejo de conquistar uma vaga na Libertadores do ano que vem.

Rafael Santana é repórter do globoesporte.com.