'A probabilidade de novos tremores sempre existe', diz pesquisador da UFRN

Eduardo Menezes integra a equipe do Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis) que está fazendo a instalação de nove sismólogos em Amargosa e municípios próximos

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  • Priscila Natividade

Publicado em 6 de setembro de 2020 às 17:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Divulgação)

A probabilidade de novos tremores na Bahia não está descartada. Apesar de não registrar novos abalos nos últimos dias, o mestre em geofísica do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN-LabSis), Eduardo Menezes, afirma que este é o primeiro trabalho com maior intensidade que o laboratório está fazendo devido à intensidade desses tremores registrados no último mês no estado.

“É um trabalho pioneiro em uma área com tremor de magnitude relativamente alta. A probabilidade de ocorrência de novos tremores sempre existe, só não se pode prever. Em relação à magnitude, isso depende muito, da evolução temporal de cada região, mas a gente não pode descartar a possibilidade nessa região aqui, pelo menos, por mais algum tempo, mesmo os tremores sendo de baixa intensidade”, analisa.

Eduardo Menezes é um dos pesquisadores que está acompanhando a instalação de nove sismógrafos (aparelho que detecta os movimentos do solo) que começaram a ser colocados, desde sexta-feira (04), na região de Amargosa e em municípios circunvizinhos, pelo LabSis. Os pontos de instalações foram escolhidos a partir das localidades onde os tremores foram mais intensos. A expectativa é que, até segunda-feira (7), toda a rede já esteja operando para dar início à fase de pré-análise dos dados. Localidades de Corta Mão e Palmeira, em Amargosa são alguns dos locais onde os aparelhos já estão instalados (Foto: Divulgação) “Já instalamos equipamentos nas localidades de Corta Mão e Palmeira, em Amargosa, e na comunidade de Boa Vista, em Laje. Com isso, nós vamos ter um banco de dados com informações importantes para buscar um entendimento de todos os mecanismos da região, que vai permitir uma composição do mapeamento com uma boa precisão”, completa.A previsão desse estudo, após colocação de todos os aparelhos, é de dois meses, período que pode ser prolongado a depender da evolução dos tremores. A Defesa Civil da Bahia (Sudec) está acompanhando a instalação. Segundo a coordenadora de Prevenção da Sudec, Nicoly Lima, o trabalho vai ajudar o governo do estado a definir que mais ações precisam ser desenvolvidas nestas comunidades. Uma equipe de professores dos departamentos de geofísica e geologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba) também se juntou ao o grupo.

“Estamos aplicando alguns formulários com o objetivo para saber como as pessoas sentiram o tremor e a partir desta mensuração a gente ter mais informações para desenvolver ações de prevenção para essa região. Nesse momento, nosso principal objetivo é fazer esse levantamento dos danos para a partir disso, ter uma maior ciência do que precisa ser feito além do que está sendo realizado”.

Tremores Do dia 30 de agosto ao dia 1 de setembro, o (Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) registrou 16 terremotos ou abalos de terra (sismos) em apenas três dias.

Um décimo sétimo tremor que foi notado em São Miguel das Matas no sábado (29), às 11h58, de magnitude 1,8. Três foram detectados na manhã de terça (01): dois em Amargosa, de magnitude 1.8 e 1.96, às 3h32 e 10h25, respectivamente, e em Santo Antônio de Jesus, de 2.24, às 6h37.