A relação de Amor entre Santa Dulce dos Pobres e sua cidade

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  • Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

Santa Dulce dos Pobres é parte de Salvador! O Anjo Bom da Bahia, uma pioneira na capital da Vanguarda, sempre esteve à frente de seu tempo. A primeira Santa Brasileira, a baiana do mundo, ganhou os altares através de uma iconografia que, além da simbologia litúrgica, representa também o Amor que ela sentia por esta terra e por seus filhos.

Irmã Dulce se vestia da sua Salvador, encarnando a capital baiana com as peças de sua indumentária, com as quais sua imagem está associada: o véu, as sandálias e as meias pretas, simbolizando o asfalto das ruas por onde generosamente passava, distribuindo esperança e bondade ao povo; o hábito branco representando as praias da capital costeira e os caminhos de areia, nos quais suas pegadas escreveram algumas das mais belas poesias sobre amor, acolhimento e fé; e, finalmente, o azul de seu escapulário, que espelha a beleza e a vida do mar e do céu de Salvador, fontes perenes de inspiração pela sua imensidão e sua forma natural de abraçar a Soterópolis abençoada. Santa Dulce dos Pobres é parte deste local! Ela e a cidade têm parte com o Salvador! A parte do sagrado no humano, daquilo que há de mais santo, nas ruas, becos e favelas, da presença em cada viela, em cada ladeira, em cada canto! A parte que nos fala de Cristo, o Salvador que dá o nome à cidade e ao qual ela enxergava e buscava em cada ser humano que lhe confiava a sua dor…

A pioneira Santa dos Pobres, por mais paradoxal que pareça, conseguiu construir uma imensa obra, justamente com as ferramentas da humildade e da simplicidade. Ao se comprometer com o amar e o servir, sempre priorizando as coisas de Deus sobre si mesma, Irmã Dulce fez a sua parte! E nos deixou um legado de pensamentos, realizações, ensinamentos e testemunhos que nos deixam muito gratos e orgulhosos pela conterrânea tão especial.

Nestes difíceis dias de pandemia a sua fala nos inspira e provoca: “Se cada um fizer a sua parte, se cada pessoa se conscientizar do seu papel social, poderemos não resolver o problema da miséria do mundo, mas estaremos colaborando sensivelmente para diminuir os miseráveis e aplacar a dor de muitos sofredores!” (Livro Sementes de Amor). Além de seu pioneirismo, da excelência com que conduzia a sua obra e da autoridade exercida pelo exemplo, nossa santa se mostra profundamente atual: A mulher de liderança e empoderamento inquestionáveis! Educadora da prática incansável, do exercício diário da matéria em que era mestra e doutora: a caridade! Profissional da saúde que tratava seus pacientes além da dimensão física, cuidando de questões mentais e espirituais, antecipando a atual humanização da medicina! Religiosa que já era “Igreja em saída” naquele tempo, expandindo sua vocação para além das fronteiras do convento! Cidadã, que pensou nas famílias dos operários, antes das leis trabalhistas serem consolidadas e abraçou a diversidade sem julgamentos, acolhendo a todos, sem diferença.

Não é à toa que as OSID são consideradas seu maior e contínuo milagre. Como ela mesma dizia: “uma obra de Deus e não minha!”. O endereço do acolhimento no coração da Roma de Salvador! Uma verdadeira declaração de Amor da Santa à sua cidade e ao seu Senhor!

Maria Rita Pontes é superintendente das Obras Sociais Irmã DulceOpiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores