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Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 05:00
- Atualizado há um ano
O início das aulas presenciais é questão obrigatória para o retorno da vida normal. É imprescindível que os trabalhadores da Educação, do setor público e privado, sejam incluídos no cronograma de vacinação prioritária contra a Covid-19.
Como as vacinas estão chegando gradativamente, é necessário um calendário de retorno escolar de acordo com a ordem de imunização dos educadores e a sugestão é que se comece pela Educação infantil, cujo público - de zero a seis anos -, é o que menos se adapta ao ensino remoto e está sofrendo prejuízos graves no processo de aprendizagem, com forte impacto na saúde mental e grandes sequelas para o resto da vida deles.
A imunização de toda classe, como forma de retomar o ensino presencial, é a única garantia de voltar ao velho normal. As famílias não conseguirão voltar à rotina sem as escolas funcionando. E sem esse ciclo não tem como falar na retomada da economia plena. Em resumo, a sociedade só vai se organizar quando a rotina escolar retornar.
A maioria das famílias já voltou ao trabalho. Bares, shoppings, academias e salões de beleza, estabelecimentos menos essenciais à vida do que a escola, estão lotados e funcionando normalmente. Uma inversão de valor.
Essa é a grande pressão do momento e não quero aqui pedir a abertura dos portões impensavelmente. As famílias estão divididas. Uns querem o retorno imediato e outros ainda estão inseguros com os riscos de contaminação. Mas todos nós estamos ligados pela esperança de ver nossos filhos de farda e mochila nas costas. Esse tempo todo trancafiado dentro de casa tem sido um forte vilão para a saúde e desenvolvimento dos pequenos, que têm apresentado em grande escala quadros de sedentarismo, sobrepeso, insônia, depressão, ansiedade, insegurança e medo. A lista de problemas para essa faixa etária é extensa e nos vemos de mãos atadas após quase um ano de escolas fechadas. Não há muitas alternativas a não ser encontrar uma forma urgente para abrir os portões das unidades escolares. Precisamos cobrar que o poder público pense num protocolo rígido, numa metodologia híbrida, mas que faça algo. E logo.
Ano passado, aqui em casa, a nossa filha mais velha, de 5 anos tinha aula online todos os dias, uma hora por dia, e o mais novo, de 3 anos, meia hora por dia, três vezes na semana. Dava para conciliar. Agora esse ano, com a carga horária triplicada, será impossível conciliar no mesmo turno. Para nós pais a ansiedade e o medo também triplicaram.
Para finalizar, estamos diante de um problema nacional de ordem emocional, social, econômica e política, cuja solução continua sendo a Educação. Como sempre!
*Jornalista, ativista social e fundador do Observatório das Desigualdades Sociais de Salvador