A tecnologia e os desafios contemporâneos

Luis Gaban é Diretor de Modernização e Tecnologia da Gestão da Secretaria Municipal de Gestão de Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2018 às 02:27

- Atualizado há um ano

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As tecnologias convergentes aceleram o progresso humano e criam oportunidades inesperadas a um ritmo insondável. Claro está que a economia do século XXI é a do conhecimento, do empreendedorismo e da inovação e esse é apenas o começo de uma revolução tecnológica, estruturada nas “tecnologias exponenciais”, como robótica, inteligência artificial, impressão 3D, internet das coisas, medicina digital, neurotecnologia, nanotecnologia, big data, etc.

Sem perceber, vivemos o que os especialistas classificam como a quarta revolução industrial ou indústria 4.0, que não se define pela observância isolada de cada uma dessas tecnologias, mas sim pela sinergia entre elas. Está ocorrendo, portanto, uma conexão entre os mundos digital, físico e biológico.

Essa revolução está mudando, radicalmente, a forma como produzimos, vendemos, consumimos, nos comunicamos e nos relacionamos. Diversas organizações investem massivamente em inovação, atrelada a alguma tecnologia, para melhorar o desempenho operacional, reduzir custos ou aprimorar a prestação de serviços.

Esses conceitos complexos já integram o nosso cotidiano. Exemplo disso é a quantidade de equipamentos e objetos, como eletrodomésticos, meios de transporte, vestuário e sensores, conectados à internet, por meio de dispositivos que se comunicam entre si, modelando a internet das coisas.

Essa conectividade se reflete nos bancos, que apostam no uso de tecnologias atreladas à segurança de dados, para oferecerem seus serviços via internet ou celular. Na saúde, a evolução dos diagnósticos, da telemedicina e de próteses ultramodernas indica que este é um caminho sem volta.

A velocidade de transformação e evolução das tecnologias é muito alta, já no serviço público, historicamente burocrático, existem barreiras a transpor. Apesar de o setor público ainda não acompanhar as iniciativas das empresas inovadoras, podemos utilizá-las como inspiração para desenvolver e implementar novas rotinas e melhores práticas.

O advento do conceito de smart cities, as cidades inteligentes e conectadas, que utilizam a tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, demonstra que essa transposição já acontece. É importante salientar que a aplicação da tecnologia deve, no entanto, atender às necessidades dos cidadãos.

As múltiplas tecnologias e as alterações por elas causadas nas rotinas das pessoas já são uma realidade que não pode ser desconsiderada, sobretudo pelos governos, sob pena de impedir que a sociedade desfrute das melhores práticas globais. Os gestores públicos precisam considerar essas novas perspectivas, afinal a transformação tecnológica é a resposta aos grandes desafios da atualidade.

Luis Gaban é Diretor de Modernização e Tecnologia da Gestão da Secretaria Municipal de Gestão de Salvador