'Acabaram com a minha vida', diz mãe de bebê morta em atropelo em Copacabana

Família da criança tentou liberar o corpo nesta sexta-feira, mas não conseguiu

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  • Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 11:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP Photo

A mãe da bebê Maria Louise Azevedo, 8 meses, que morreu após ser atropelada em Copacabana, saiu do hospital nesta sexta-feira (19). Niedja Araújo da Silva, 23 anos, falou ao sair da unidade. "A minha Maria, que eu amo tanto, que ele tirou de mim. Acabaram com a minha vida", disse ela em entrevista ao G1. Além da bebê, outras 16 pessoas foram atropeladas.

Ela não lembra de muita coisa na hora da acidente e disse que viu a filha caída no chão após o carro invadir a calçada. "Foi tudo muito rápido. Eu lembro quando ela já estava no chão e aí não lembro mais de nada. Eu não vi nada", contou.

Niedja chegou a ir com a família no Instituto Médico Legal (IML) para liberar o corpo da filha, mas não conseguiu. O motivo é que a certidão de nascimento da criança molhou e a família vai ter que aguardar que outra seja emitida para conseguir a liberação do corpo da filha.

Epilepsia Logo após o acidente, o pai da criança, Darlan Rocha, 27, também falou sobre o acidente. "Eu estava trabalhando, minha mulher estava passeando com minha filha no calçadão, com o carrinho de bebê, e a avó", disse. O casal tem outro filho - Maria era a caçula - e mora em Copacabana.

O motorista do HB20 preto, carro que atropelou as 16 pessoas, Antônio de Almeida Anaquim, 41, disse na delegacia que sofreu um ataque de epilepsia e teve um apagão. O Detran do Rio de Janeiro afirmou que ele escondeu que sofria de epilepsia, mas estava com a carteira suspensa por ter 14 multas.

Darlan Rocha questionou como Antônio estava dirigindo. "Tem epilepsia e tem carteira de motorista, como pode? Ele (o atropelador) é um assassino, não era para ter carteira de motorista. Minha filha morreu, como vou ficar agora?", disse o pai, emocionado, na porta da delegacia.

Segundo os PMs, dentro do carro de Anaquim havia medicamentos para epilepsia. Após prestar depoimento, ele foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) para realizar exames de saúde que poderiam comprovar problema médico. Pessoas epiléticas podem dirigir automóveis, desde que comprovem não sofrer crises frequentes.

O coronel Murilo Angelotti, comandante do 17.º Batalhão da PM, em Copacabana, informou que Anaquim relatou ter sofrido um "apagão". Testemunhas também contaram que, ao descer do veículo, Anaquim estava "meio parado" e "não esboçava reação".

Laudo Antonio Almeida Anaquim foi submetido a exames no IML após ser detido. Segundo o instituto, ele não estava alcoolizado no momento do acidente. Em sua carteira de motorista, estão registradas 14 multas, que somam 62 pontos em infrações. Segundo o Departamento de Trânsito (Detran), Antonio de Almeida Anaquim estava com a habilitação suspensa desde maio de 2014.

O motorista, de acordo com o Detran, não cumpriu a exigência de devolução da habilitação. Por ter cometido crime de trânsito e dirigido com a carteira suspensa, ele terá sua documentação cassada.