ACM Neto destaca importância do Centro de Convenções para o turismo de negócio

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Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 19:30

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ACM Neto (Foto: Valter Pontes/Secom) O prefeito ACM Neto (Democratas) afirmou na noite desta quinta-feira (23) que o novo Centro de Convenções de Salvador elevará o turismo de negócios na capital baiana. Em discurso, Neto ressaltou os investimentos feitos pela prefeitura na construção do equipamento e destacou o potencial do CCS para o turismo e para a economia. Ele ainda agradeceu a parceria com a GL Events, empresa francesa que administrará o equipamento. 

"Quero agradecer à GL, nosso parceiro, que acreditou nesse empreendimento. Agora a gente passa o bastão para a GL, empresa internacional, presente em vários países do mundo, inclusive aqui no Brasil, administrando um grande equipamento de eventos em São Paulo. Tem know-how, excelência, e assim será na gestão do centro de convenções", ressaltou.

Confira a fala completa do prefeito na inauguração.

É com a mais viva alegria cidadã que contemplamos hoje a nossa cidade. Signos e pontos luminosos de sua transformação são visíveis em várias direções. Percebemos com nitidez que ingressamos num momento novo. E que Salvador vê a si mesma com um novo olhar. É uma cidade que se olha no espelho e pode dizer: eu mudei, eu sou outra, eu sou a nova Salvador. E a gente sabe muito bem como isto aconteceu...

Não dava mais para continuar assistindo passivamente à situação em que se encontrava a nossa cidade, a nossa casa. A nossa cidade, o nosso lugar no mundo, perdia o seu brilho, sem que nada fosse feito para interromper esse processo, para recuperar nosso norte e retomar nosso ritmo.

Mas nós entramos em campo para virar o jogo – e viramos. E quando digo nós, minha referência é precisa, sem espaço para dúvidas. Quando digo nós, o que tenho em mente é a aliança em que o povo e a prefeitura de Salvador se irmanaram pela reconstrução da cidade. Porque foi assim que Salvador foi se reencontrando, se refazendo, abrindo caminhos e reinventando rumos.

Sim. O povo é protagonista desta transformação. Como já disse Jorge Amado: “O importante na Bahia é o povo, de uma força vital sem medida, capaz de superar as piores condições de existência e seguir adiante. Criador de civilização e de cultura, o povo baiano marca e atesta toda a obra da criação aqui realizada”.

Daí porque  posso afirmar que: nada teria dado certo sem o empenho fundamental do povo. De que adiantaria a prefeitura resolver tocar o barco se a população não embarcasse na viagem? Foi o nosso casamento que conduziu a mudança. Casamento com as pessoas comuns, que realmente amam esta cidade, se decidindo a enfrentar desafios e superar dificuldades. Com a bela e brava gente baiana entrando com altivez na batalha diária da vida. E é justamente por isso que juntos – prefeitura e povo de Salvador – podemos dizer: a mudança foi uma conquista nossa, conquista alcançada, passo a passo, dia a dia.

Senhoras e senhores! 

O que a prefeitura fez foi articular um tripé: responsabilidade administrativa, sensibilidade social e vontade de fazer. Este foi o nosso trio elétrico. E a multidão, que já não suportava mais o que via à sua volta, veio conosco para a viagem da reafirmação luminosa da Cidade do Salvador diante de si mesma e de todo o Brasil. 

Veio “correndo atrás do trio”, no embalo de  “We are Carnaval”, um dos hinos de nossa festa. Canção de Nizan Guanaes que descreve tão bem a nossa fé, energia e alegria de viver: “O baiano é um povo a mais de mil/Ele tem Deus no seu coração/E o Diabo no quadril”. 

É assim, com fé, energia e alegria de viver, que estamos recuperando a nossa grandeza. Porque a verdade é que parecíamos ter perdido a nossa capacidade de sonhar e pensar grande. Parecíamos ter esquecido o significado de nosso destino histórico. No entanto, esta é uma cidade que ainda hoje exibe – nas igrejas barrocas, na arquitetura singular, nos casarões coloniais – o seu esplendor de primeira capital da América Portuguesa.

Cidade que nasceu para comandar e coordenar o processo de construção de um novo país, uma nova nação. Cidade que foi originalmente pensada como uma espécie de capital do Atlântico Sul, centro de convergência do triângulo Portugal-Brasil-Ásia. Cidade que, como bem disse o sociólogo norte-americano, Donald Pierson, foi um dos mais importantes e mais ricos portos do mundo, muito antes, por sinal, que Nova York saísse da infancia. Salvador era a mais internacional de todas as cidades então existentes ao sul da linha do equador.

Hoje, felizmente, principiamos a reassumir nossa grandeza. Esta é uma cidade que volta a sonhar grande. E pode fazer isso justamente porque começou a realizar coisas maiores. Tais como as grandes intervenções que vêm mudando completamente a paisagem do nosso tão bonito e tão densamente povoado subúrbio. Como as obras viárias já concretizadas ou em andamento. 

Como a requalificação de nosso litoral, vista do mar que sempre encantou Caymmi e Vinicius e hoje encanta artistas jovens daqui e de outros cantos. Como o avanço gradual na vitalização do Centro Histórico, que se achava abandonado, excluído das políticas públicas oficiais – e nós voltamos a acender a luz em sua direção. E o fizemos porque amamos Salvador. E porque esta é uma cidade que quer, ao mesmo tempo, reverenciar o passado – e saudar o futuro. Este é o nosso destino. Este é o nosso sentido.

O Centro Histórico é o coração de Salvador, lugar onde viveram personalidades tão diversas entre si, mas também igualmente ricas, quanto o poeta Gregório de Mattos, nosso célebre Boca do Inferno, talvez o maior satírico do mundo naquele já tão distante século 17, e a venerável ialorixá Menininha do Gantois, zeladora da Bahia e dos baianos, que chegou a ser vendedora de doces ali pelo Cruzeiro de São Francisco, nos tempos de sua juventude. 

Lugar por onde circulam, entre façanhas e fantasias, personagens dos romances ao mesmo tempo sábios e deliciosos de nosso grande Jorge Amado, a exemplo de Quincas Berro d’Água, feliz morador do Taboão. Lugar onde também se criou a irmandade negra de Nossa Senhora do Rosário. Onde os mestres Bimba e Pastinha caprichavam na capoeiragem. Onde fica a sede do afoxé Filhos de Gandhi e o palco central da batida do Olodum.

Vitalizar o Centro Histórico é vitalizar a identidade de nossa gente. É vitalizar nosso sentido de pertencimento. E esta é uma missão que, embora centrada e enraizada totalmente aqui, transcende também nossas fronteiras: ali está o chão do qual nasce e sobre o qual se assenta a memória nacional brasileira.

Amigas e Amigos!

A inauguração deste centro de convenções é outra peça poderosa que movemos no tabuleiro do renascimento soteropolitano. Não por acaso o colocamos sob o signo de Antonio Carlos Magalhães. A homenagem é precisa e seu sentido é claro. Prefeito de Salvador e governador do Estado, Antonio Carlos realizou uma ruptura admirável. Rompeu com a timidez que vinha marcando nossos governantes e, com ousadia e criatividade, nos tirou de uma situação de paralisia, mediocridade e carência de projetos. 

Não é por outra razão que ele é o símbolo maior da arrancada modernizante da Bahia, promovendo, entre tantas outras coisas, o primeiro grande salto urbanístico de Salvador e a industrialização do litoral norte. E isto com um elenco de obras fulgurantes, que vão da abertura das avenidas de vale à viabilização do Polo Petroquímico de Camaçari, passando pela construção do Centro Administrativo da Bahia. 

Além disso, foi ele quem equacionou turismo e cultura entre nós, acreditando pioneiramente no que hoje se chama “economia criativa”. E tudo enquadrado num horizonte de intensa atenção social, de promoção das pessoas, de combate permanente às desigualdades sociais. Podemos, portanto, dizer que esse baiano, carregando sua terra e sua gente no coração, foi exemplo de ousadia desbravadora, consciência contemporânea e capacidade de realização. ACM, sem dúvida, projetou Salvador e a Bahia para o futuro.

Senhoras e Senhores!

Com a entrada em cena deste centro de convenções, adiantamos mais um lance no caminho de nossa reconfiguração como cidade global. Vamos agora ter a oportunidade de ingressar no roteiro internacional dos grandes eventos. E sabemos o que isto significa. Não se trata de criar vitrines para a contemplação de poucos, mas de construir condições objetivas para que toda a nossa gente venha a ter uma vida melhor.

Neste momento, a economia brasileira volta a entrar nos trilhos e a se mover. As perspectivas indicam que o Brasil tem tudo para retomar o seu processo de crescimento. E nada como trazer esta boa nova do renascimento econômico também para a nossa cidade. O centro de convenções é um passo decisivo nesta direção. Vai tocar na veia da economia de nossa cidade, vai ampliar significativamente a geração de empregos e criar melhores condições para a vida das pessoas.

Este é o ponto principal: melhorar a vida. Sobretudo, a vida das pessoas mais pobres. 

Tem algo que posso dizer com muito orgulho: se conseguimos chegar ao ponto de construir este Centro de Convenções, foi porque tivemos coragem e ousadia. Esssas são as marcas desta realização. Aqui neste espaço havia os escombros de um antigo shopping no meio de um amontoado de terra. Hoje estamos diante de uma nova fotografia deste lugar que traduz as transformações por que passa a nossa cidade. 

Foi com coragem e ousadia, que conquistamos a nossa autonomia de andar com as próprias pernas e atender às necessidades de nosso povo. Hoje em Salvador temos autonomia para decidir se vamos construir uma escola ou uma praça, um posto de saúde ou um viaduto, um hospital ou um centro de convenções.

Hoje a prefeitura de Salvador consegue ter um olhar completo sobre todas as prioridades, entretanto, jamais, repito, jamais, deixando de afirmar que o foco principal é o social. É o combate às desigualdades. Por isso que destinamos quase 80% dos investimentos municipais às regiões mais pobres de nossa cidade.

Sabemos o quanto é necessário trabalhar para aqueles que mais precisam, buscando criar oportunidades, procurando meios de atenuar a pobreza. Nesse caminho, quem nos guia e inspira é uma santa, a nossa santa, a primeira santa brasileira, Santa Dulce dos pobres, que abrigava sob o manto do Bem a nossa gente mais humilde. Que ela nos abençoe...

Amigos e Amigas!

A decisão de construir este novo centro de convenções partiu da consciência de que o turismo é a principal vocação econômica de Salvador. A falta de um equipamento deste porte na Primeira Capital do Brasil nos últimos tempos causou um prejuízo bilionário à nossa economia. A mobilização do trade turístico gerou clamor na cidade. E, como sempre, não procuramos culpados nem desculpas. Não perdemos tempo esperando que os outros fizessem, mesmo quando a responsabilidade era deles. Corremos atrás, enfrentamos o problema e viabilizamos a solução.

Não ficamos de braços cruzados, assistindo ao avanço do desemprego e ao fechamento de hotéis e vários outros serviços. Construímos este novo centro de convenções com 100% de recursos próprios, a partir da venda de terrenos municipais sem utilidade. Não precisamos tirar um centavo da saúde nem da educação. 

E, a partir desta inauguração, estamos ativando o turismo de negócios para que a alta estação seja o ano todo em nossa cidade. Salvador deixará de ser apenas um grande destino de sol e praia. Seremos mais do que a cidade bombada em três meses do ano. Com novo centro de convenções, será verão o ano inteiro para o turismo de Salvador.

(AGRADECIMENTOS)

Senhoras e Senhores!

Não poderia deixar de falar da nossa gente. Até por que muito se fala do jeito da nossa gente. Que é um povo alegre, acolhedor, alto-astral. E tudo isso é verdade. Mas quem anda nas ruas da nossa cidade, como eu, não se cansa de admirar a força da nossa gente. 

Isso me remete a “O Canto da Cidade”, uma das canções de Daniela Mercury que contribuíram para consolidar a projeção internacional da Axé Music. Nela Daniela canta: “O gueto/A rua/A fé/ Eu vou andando a pé/Pela cidade bonita/ O toque do afoxé/E a força de onde vem/ Ninguém explica/Ela é bonita”. Hoje eu peço licença a Daniela para dizer que a força vem da energia da nossa gente.

E assim, com toda essa energia, vamos avançando em paz. Avançando sem tumulto, sem conflito, sem brigas, sem desavença. Somos a capital da diversidade, do respeito às diferenças, da tolerância e da transigência, da “loucura, essa mistura/Alegria, alegria é o estado que/ Chamamos Bahia de Todos os Santos/ Encantos e axé”, como eternizaram Moraes Moreira e Armandinho nos versos de “Chame Gente”. 

Tudo isso, toda essa mistura, é graças ao jeito de ser de nosso povo. Mas, sobretudo, graças à bênção do Senhor do Bonfim. Então, parafraseando Saulo, digo: Eu preciso da fé no Senhor do Bonfim pra mim, pra você, pra mim, para todos nós.

Finalizando, quero apenas dizer que poucas vezes, na vida de Salvador, a sensação de ano novo, de ano realmente novo, terá sido tão verdadeira. E não vamos deixar a peteca cair. Avançaremos mais e mais. Quando acertamos o caminho, não aceitamos retrocesso. Mas “seguir adiante” não é algo simplesmente inevitável. Não. Tem de ser uma opção clara, uma escolha coletiva. E uma opção renovada e reafirmada a todo instante. Como estamos fazendo agora. Neste exato e justo momento.

E vamos continuar assim. A prefeitura trabalhando com a cabeça e o coração. E o povo, mergulhando de corpo e alma, demonstrando toda a confiança em nossa cidade. Com essa combinação, com essa parceria vital entre prefeitura e povo, nada nos deterá. 

Sabemos perfeitamente que o futuro não é a lenda da terra prometida. É – e só pode ser – produto de nossa prática presente. Por isso mesmo, como nos ensina a poesia brasileira, não nos afastemos muito – vamos de mãos dadas.

Caminhando com a mais clara consciência de que a cidade onde o Brasil nasceu – mais, muito mais do que um aglomerado urbano qualquer – é solo sagrado. É um lugar de reverência e veneração. Berço histórico de conquistas e tradições nacionais. Espaço primeiro de onde se irradiou a civilização tropical brasileira. 

Aqui vive um povo que resistiu e triunfou, fazendo nosso país se transformar de fato em país. Esta é a razão porque Salvador está não só no coração de cada um de nós baianos, mas também no coração de todos os brasileiros. Cidade fundamental, portanto, para hoje inspirar e sugerir, com o seu brilho e a sua força, novos passos e compassos da nossa nação.