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Mercado financeiro não reage bem ao anúncio de troca na presidência da petroleira
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 10:59
- Atualizado há um ano
As ações da Petrobrás começaram a semana com queda de 16%, puxando o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que recuava mais de 4% logo após a abertura do mercado nesta segunda-feira, 22.
Na Bolsa de Nova York, o American Depositary Receipts (ADR) da Petrobrás, recibos de ações negociadas por lá, despencava mais de 16% no pré-mercado.
A forte queda é uma reação do mercado financeiro à interferência do presidente Jair Bolsonaro no comando da petroleira. Na sexta-feira, ele indicou o general e ex-ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna, atualmente diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, para assumir a presidência da Petrobrás e um assento no conselho de administração da estatal. Antes mesmo do anúncio do nome, declarações de Bolsonaro provocaram pânico no mercado financeiro e as ações da empresa tiveram queda de quase 8%. Num único dia, a Petrobrás perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado.
Até quinta-feira, a estatal estava cotada a R$ 383 bilhões, mas, após as falas do presidente da República, a empresa encerrou a semana valendo R$ 354,8 bilhões.
Para membros do conselho de administração da Petrobrás, a mudança no comando da empresa é vista como inevitável. Alguns conselheiros da estatal estudam votar pela recondução do presidente Roberto Castello Branco, mas o estatuto dá poder à União para fazer a troca.
O mercado também acompanha novas mudanças prometidas por Bolsonaro. No sábado, ele disse que fará trocas no governo envolvendo o primeiro escalão. "Eu não tenho medo de mudar, não. Semana que vem deve ter mais mudança aí para... E mudança comigo não é de bagrinho, não, é tubarão", disse a apoiadores. "Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também", completou.