Agilidade da votação frustra vendedores ambulantes em Salvador

Lanches e bebidas foram pouco consumidos na porta dos colégios eleitorais

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  • Daniela Leone

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 15:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Daniela Leone/ CORREIO

A vendedora ambulante Solange Pimentel, 54 anos, não saía do celular. Ela trabalhava na porta do campus da Universidade Católica do Salvador, em Pituaçu, nesse domingo (28) de eleições, mas teve tempo de sobra para colocar a fofoca em dia. Os eleitores entravam e saíam do local de votação tão rápido que nem dava tempo para sentirem fome.

"Trouxe 30 salgados, mas só vendi 17. No primeiro turno, botei 60 e vendi tudo", comparou. "As vendas estão péssimas, fraquíssimas. Acho que é porque estão votando rápido dessa vez. Vota e vai embora. Tá passando muita gente, mas as pessoas não param".

A bronca de Solange era satisfação para muitos eleitores que votavam no colégio eleitoral. "No primeiro turno eu levei mais de 30 minutos na fila, mas hoje nem mesmo 10 segundos", contou a bacharel em turismo Zara Bastos, 40 anos. "Você faz seu dever de cidadão e pode aproveitar o domingo de folga, muito melhor", completou. 

A aposentada Halina Muller, 72 anos, também elogiou a agilidade do processo de votação do segundo turno. "Foi muito demorado no primeiro. Muita gente, muitos candidatos e deu problema em todos os meus dedos. Eu tinha prioridade e ainda assim levei mais de 15 minutos pra conseguir votar. Hoje foi bem diferente. Não levei nem cinco minutos pra votar", afirmou. 

O vendedor de bebidas Lindomar Pereira, 47 anos, lamentou o curto tempo de permanência da clientela. "Hoje está fraquíssimo. No primeiro turno eu vendi mais de 15 pacotes de água. Hoje só vendi cinco. E cerveja? Só vendi cinco latinhas. Tá muito fraco", disse.

No Sesi de Piatã, na Avenida Orlando Gomes, os eleitores também não tiveram dificuldade para votar e economizaram com lanches e bebidas. O engenheiro mecânico Marcos Barros, 30 anos, precisou ser paciente no primeiro turno das eleições e ficou aliviado ao deixar o colégio eleitoral tão rápido nesse domingo.

"Passei mais ou menos uma hora na fila no primeiro turno, mas hoje levei cinco minutos para votar. Tinham apenas três pessoas na minha frente", contou. No horário do almoço, nenhum vendedor arriscou fixar a mercadoria por ali.