Agronegócio gera empregos no oeste baiano

Oferta de trabalho na região é 10% maior do que na safra do ano passado

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  • Georgina Maynart

Publicado em 6 de dezembro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Abapa/Divulgação

Em plena época de plantio de soja, as fazendas do Oeste da Bahia estão contratando. A estimativa é de que sejam abertas, nesta safra, mais de 23 mil vagas de empregos, diretos e indiretos, apenas em Luís Eduardo Magalhães. É um percentual 10% maior do que na safra passada. 

As vagas são para tratoristas, vendedores de insumos e implementos agrícolas, auxiliares administrativos, engenheiros, técnicos de campo, mecânicos de máquinas pesadas, balanceiros, cozinheiros, saqueiros e outras funções relacionadas ao plantio. 

Muitas destas funções também serão exercidas nas agroindústrias que beneficiam a matéria prima retirada do campo e processam tudo que é produzido nessa região do Matopiba. A última fronteira agrícola do Brasil reúne parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

"Nossa região é pujante em crescimento, pois, concentra o pólo industrial da região, ou seja, toda a produção da Região Oeste vem para as indústrias situadas no município. Razão pela qual, na época de safra, o plantio da soja e milho concentra maioria das vagas de empregos, não só nas lavouras, bem como na cidade", afirma Luís Fernando dos Santos Silveira, gerente de indústria e comércio de Luís Eduardo Magalhães. 

O município concentra muitas empresas nacionais e multinacionais ligadas ao setor agropecuário, além das indústrias que beneficiam 90% da soja produzida na Bahia. O Centro Industrial do Cerrado, que fica a 7 km da zona urbana, reúne atualmente 53 empresas de vários segmentos, entre elas, fabricantes de fertilizantes e sementes, além de grupos especializados em exportação e logística.

São empresas que acabam atraindo também mão de obra de municípios vizinhos. Um estudo indicou que cada hectare plantado gera cerca de cinco empregos diretos naquela região. 

"Nós temos a época do plantio de soja que vai até o dia 15 de janeiro e, logo em seguida, começa o plantio de algodão. São mais de três milhões de hectares plantados e com uma expectativa de dobrar essa produção nos próximos anos. Muitas pessoas de outros municípios vem para Luís Eduardo em busca de empregos, pois aqui estão concentrados também muitos escritórios das fazendas de outros municípios da Região Oeste", completa Luís Fernando.

Muitas vagas são preenchidas através do Sistema Público de Intermediação de Mão de Obra, concentrado nas unidades do Sine Bahia. 

Treinamento Para atender as demandas do mercado por mão de obra qualificada, os agricultores também ajudam. Esse ano, o Centro de Treinamento mantido pela Associação de Produtores de Algodão da Bahia (Abapa)  treinou 15 mil pessoas. Elas passaram a exercer mais de 500 atividades, como mecanização agrícola, transporte, atividades contábeis e movimentação de carga. Ano que vem outras dezessete mil pessoas devem passar pela capacitação. 

Os cursos atendem às necessidades que surgem nas próprias fazendas. No último curso, funcionários receberam treinamento para operar e fazer a manutenção dos pivôs centrais, que são equipamentos usados na irrigação. 

"É a oportunidade de capacitar aqueles que estão começando e atualizar o conhecimento daqueles que já trabalham com estes equipamentos. Um curso desta qualidade ajuda a reduzir custos para as fazendas e empresas da região", afirma o técnico especialista em pivôs e responsável por ministrar o curso, Vinícius Pereira da Silva. 

Os pivôs são utilizados em cerca de 7% das plantações, isso significa que eles estão presentes, em aproximadamente, 170 mil hectares da região. Os equipamentos são gigantes e só podem ser operados por profissionais qualificados que tenham habilidade e conhecimento em conexões elétricas, sistemas de tração e comando remoto. 

"Conhecer o pivô, com tantos detalhes desde a montagem até a operação, é imprescindível. O maior conhecimento na operação ajuda a diminuir o número de panes e favorece maior produtividade do equipamento no campo", afirma Marcos José Porazzi, que trabalha na área e fez o curso para se atualizar. 

Para os agricultores esse é um investimento estratégico para o desenvolvimento da produção agrícola e social da região oeste da Bahia. 

"Hoje, o Centro de Treinamento é, atualmente, a maior referência em aperfeiçoamentos e capacitações para os profissionais do setor agrícola do Oeste da Bahia. Este ano ampliamos a estrutura. O centro possui um novo e moderno complexo com laboratórios e auditórios, além de estabelecer novas parcerias para cursos voltados ao setor agrícola", afirma o presidente da Abapa, Júlio Busato. A expectativa é que até 2020 o Centro de Treinamento possa realizar capacitação específica de outras dezessete mil pessoas (Foto: Abapa Divulgação) ADESÃO À AGENDA 2030 Qualificar e valorizar a mão de obra local são ações que se encaixam nos objetivos para o desenvolvimento do milênio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O programa estabelece que as cidades devem se esforçar para implantar, até 2030, os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODS. As ações devem contar com projetos direcionados para erradicação da pobreza e redução das desigualdades. Também estão na lista, iniciativas que garantam o emprego decente atrelado ao crescimento econômico.  A cidade de Luís Eduardo Magalhães, considerada uma das capitais do agronegócio no Brasil, vai aderir a Agenda à partir da semana que vem. Estão confirmadas as presenças de membros do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação, Ibama e do Ministério da Agricultura.

SERVIÇO: O QUE: LANÇAMENTO DA AGENDA 2030 / OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - ODS, DA ONU.ONDE: Luis Eduardo Magalhães, Oeste da BahiaQUANDO: 10 de dezembro de 2019