Ajustar a defesa é o primeiro desafio de Dabove no Bahia; clube avalia reforços

Bahia tem o segundo pior sistema defensivo do Campeonato Brasileiro

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Rodrigues
  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 26 de agosto de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Falar que o técnico Diego Dabove vai ter trabalho para resolver os problemas do Bahia é chover no molhado. Recém-chegado ao clube, ele ainda está conhecendo o elenco, mas precisa correr contra o tempo para fazer o Esquadrão voltar a ser competitivo. Diante de tantos problemas que o time enfrenta, um em especial chama a atenção e deve ser o foco do argentino nos seus primeiros passos: o sistema defensivo.

Pela segunda temporada consecutiva, o Bahia vem estabelecendo a marca negativa de ficar entre as piores defesas do Campeonato Brasileiro. Até aqui, já sofreu 28 gols em 17 partidas. Ou seja, toma em média 1,65 gol por rodada.

Com números tão ruins, a equipe fica na frente no quesito apenas da lanterna Chapecoense, que levou 29 gols em 17 confrontos. América-MG e Internacional aparecem logo atrás do Bahia, com 22 gols cada.

Por isso, Dabove tem consciência da velocidade que precisará ter para resolver o problema. “Primeiro é ir conhecendo, trabalhando com tranquilidade, conhecendo os jogadores no dia a dia. Falando muito, é o que precisa todo sistema defensivo no futebol”, comentou o argentino, cuja partida de estreia será na segunda-feira, dia 30, contra o Fluminense, no Maracanã.

Por sinal, o treinador não é o primeiro a chegar no tricolor tendo a missão de corrigir as falhas defensivas. No ano passado, Mano Menezes também enfrentou o problema e não teve sucesso. Mesmo com Mano se colocando como “a pessoa certa” para ajustar o setor, o Bahia seguiu como alvo fácil para os adversários.

Os 59 gols sofridos fizeram do Esquadrão o terceiro mais vazado entre os 20 clubes da Série A em 2020. O time superou somente os rebaixados Botafogo (62) e Goiás (63). Em 2021, a situação é ainda mais preocupante. Em 17 jogos, o Bahia já levou mais gols do que no mesmo momento do ano passado, quando eram 25. Hoje são 28. 

Novas contratações? O Bahia não investiu muito para tentar mudar a situação. A reformulação no setor ficou restrita às chegadas dos zagueiros Conti, Luiz Otávio e Ligger. Do trio, apenas Conti conseguiu se firmar na equipe titular e passa confiança. 

Sem reforços nas laterais, o destro Renan Guedes, do time de transição, foi alçado a reserva imediato de Nino Paraíba, enquanto Juninho Capixaba e Matheus Bahia alternam entre o banco de reservas e a titularidade na esquerda. 

Para completar a situação, o clube ainda perdeu o zagueiro Juninho. O defensor foi negociado ao futebol dinamarquês quando vivia boa fase ao lado de Conti. Saída que deixou uma lacuna, preenchida por Luiz Otávio por causa disso.

Apesar de admitir que o desempenho defensivo causa incômodo, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, diz que a possibilidade de fazer novas contratações será discutida com a nova comissão técnica. Porém, ele acredita que a falha não está nas opções do elenco, e sim no sistema de jogo utilizado pela equipe. “Acho que a correspondência será feita pelo treinador. Também me incomoda muito. No ano passado vimos um time muito aberto, e entre as defesas mais vazadas do campeonato. Agora vemos novamente esse filme. Talvez seja o grande ponto de correção a fazer dentro de campo”, afirmou. “Acho errado atribuir isso aos jogadores da linha defensiva. Um time pode ter os melhores zagueiros, mas se joga de maneira exposta, os zagueiros e laterais não podem evitar os gols. Na nossa avaliação, o novo treinador é capaz de superar esse posto de uma das piores defesas do campeonato”, finalizou o dirigente.