Foi em um despretensioso exame de rotina que a consultora técnica industrial Viviane Leite descobriu que estava com grau 2 de esteatose hepática, mais conhecida como gordura no fígado. Apesar de não sentir dor, foi alertada pelo médico sobre a gravidade do resultado.
“No passado não era uma doença muito valorizada, que não havia muitos riscos relacionadas a ela. Mas hoje isso mudou de figura. Esteatose hepática não é inofensiva. Sabemos que esta gordura no fígado pode se relacionar a doenças como cirrose e câncer. Há casos até de indicação de transplante de órgão como consequência de um fígado gordo”, explica Allan Rego, hepatologista do Hapvida.
Com medo de o quadro se agravar, Viviane mudou os hábitos. “Passei a ter uma alimentação mais saudável e comecei a praticar exercícios físicos”, conta a técnica de instrumentação, que na época pesava 83kg.
“Se perder peso, controlar o açúcar, o colesterol, o triglicérides, o paciente consegue ter um controle, quando não a resolução completa da esteatose hepática”, explica o hepatologista. Isso foi exatamente o que aconteceu com Viviane. Em um ano, já com 28kg a menos, refez os exames e todas as taxas já estavam normalizadas (conheça a história de Viviane no vídeo abaixo).
Mais saúde
Esteatose é apenas uma das anormalidades que podem atrapalhar o funcionamento do fígado. Dentre as enfermidades que mais preocupam os médicos estão cirrose, câncer, hepatites por vírus (A, B, C, D, E), hepatite autoimune e hepatite medicamentosa, esquistossomose, hemocromatose (acúmulo de ferro) e doença de Wilson (cobre no fígado). O agravamento das doenças pode levar a um transplante do órgão ou até mesmo à morte.
“A pessoa não vive sem um bom fígado. Ele tem duas grandes funções: desintoxicação e síntese. Se não funciona bem, a gente tem uma série de consequências, principalmente para o sistema nervoso central”, explica o hepatologista. Além de filtrar toxinas produzidas no próprio corpo, metabolizam medicamentos e auxiliam na produção de substâncias como proteínas.
“A pessoa não vive sem um bom fígado. Ele tem duas grandes funções: desintoxicação e síntese. Se não funciona bem, a gente tem uma série de consequências, principalmente para o sistema nervoso central”
Allan Rego, hepatologista do Hapvida
E apesar de tamanha importância, costuma ser um órgão silencioso. Dificilmente uma pessoa se queixa que está com dor no fígado. Os sintomas mais populares, como pele e olhos em tons amarelados e urina escura, só aparecem quando a doença já está em estado grave.
Mas, então, qual a melhor maneira de identificar alguma anormalidade no funcionamento do fígado? “Na maioria das vezes, a gente flagra doenças hepáticas em exames laboratoriais ou de ultrassom. E qualquer médico generalista pode indicar um checkup”, alerta o hepatologista. Para mantê-lo saudável, confira as dicas de Allan Rego.
Como ter um fígado saudável
1) Praticar exercício físico, sobretudo aeróbica;
2) Perder gordura abdominal;
3) Ter uma alimentação balanceada;
4) Reduzir consumo de açúcar e de alimentos processados;
5) Consumir bebida alcóolica com moderação;
6) Ter relação sexual apenas com preservativo;
7) Ao fazer tatuagens e piercing, usar material descartável e prestar atenção na higiene do local;
8) Não consumir água e/ou alimento se houver risco de contaminação. Sempre lavar bem verduras e legumes;
9) Reduzir o consumo de medicamentos;
10) Consumir alimentos que tenham vitamina E, como as oleaginosas.
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