Alice Caymmi lança Electra e diz entender o gênio forte da tia Nana

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Hagamenon Brito
  • Hagamenon Brito

Publicado em 10 de junho de 2019 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Na mitologia grega, Electra é filha do rei Agamenon e de Clitenestra. Com o irmão Orestes, ela planejou a vingança contra os responsáveis pelo assassinato de seu pai. A princesa de Micenas induziu o irmão a matar a própria mãe e seu amante Egisto.

Com todo o seu simbolismo forte, Electra (Joia Moderna) é o nome do quarto e ótimo álbum da cantora carioca Alice Caymmi, 29 anos, um trabalho de voz & piano (Itamar Assiere) que sucede o mergulho pop da artista no disco Alice (2018) e que foi gravado em dois dias. A cantora carioca Alice Caymmi, 29 anos, brilha em seu novo álbum, Electra, que ela define como uma mudança radical na carreira (Foto/Gustavo Zylberstajn/Divulgação) Entre um e outro, a neta do mestre baiano Dorival Caymmi (1914-2008) passou por mudanças na vida pessoal, o Brasil polarizou ainda mais e ela enfrentou, em março, críticas da tia Nana Caymmi numa entrevista à Folha de S. Paulo: "Eu tinha muita esperança de que ela fosse para o meu lado. Achei que Alice ia dar mel, mas não deu".

Na época, Alice declarou nas redes sociais que nunca pediu a aprovação de ninguém. Mesmo não precisando de aprovação alheia, Alice, como uma boa Caymmi, já deu e dá mel, sim, como provam as dez interpretações de Electra, que começa com De Qualquer Maneira (1971), do mestre portelense Candeia e do verso "quem é bamba não bambeia".

Diplomacia (Maysa), Mãe (Tom Zé e Elton Medeiros), Medo (gravado originalmente pela grande fadista Amália Rodrigues), Fracassos (Fagner), Pelo Amor de Deus (Tim Maia), Me Deixe Mudo (Walter Franco) e Areia Fina (Lucas Vasconcellos) são outras pérolas do disco. A seguir, leia entrevista com Alice.  Da capa, com você empunhando uma adaga e de cabeça raspada, ao nome e passando pelo formato voz & piano, Electra é cheio de simbolismos. Que tipo de mudança ele representa? É uma ruptura, uma curva de risco. A vida mudou totalmente e o meu trabalho também. O disco anterior era um mergulho fundo no pop e era verdadeiro também, claro, mas as coisas mudaram. E eu sou assim, intempestuosa e rápida.

Electra, aliás, tem uma densidade dramática adequada ao momento do país. Você pensou nisso? Comentei com o Zé (Pedro, diretor artístico) que eu não estava com clima para fazer disco ou show dançante no momento atual do Brasil. Voz & violão é um formato que revela demais o intérprete. Curiosamente, você começou a se apresentar nesse formato em Salvador, em agosto de 2018, no show Para Tia Nana. Ela, aliás, tem um clássico de voz & piano: Voz e Suor, de 1983, com César Camargo Mariano. Voz & piano deixa a voz em evidência total, eu precisava disso. É a nudez da voz em um tempo em que há tecnologia demais na música. Salvador foi o primeiro e único lugar que viu aquele show, porque eu já estava pensando no projeto atual e resolvi mergulhar nele de vez."Ela não disse nada (na entrevista) que não me falaria pessoalmente. A personalidade de tia Nana é assim mesmo e nem todos sabem o que ela já passou na vida, como cantora, mãe e mulher. É uma pessoa de outra geração, sem filtro na hora de falar".Por falar na grande Nana Caymmi, vocês já se encontraram depois da polêmica entrevista dela, em março? Não nos encontramos ainda, mas ela não disse nada que não me falaria pessoalmente. A personalidade de tia Nana é assim mesmo e nem todos sabem o que ela já passou na vida, como cantora, mãe e mulher. É uma pessoa de outra geração, sem filtro na hora de falar.  E quando encontra um entrevistador que começa a provocá-la... Acho que é preciso decência também de não publicar tudo, entender que aquilo era para ser falado e não para ser escrito.

Já entrevistei muitos Caymmis, inclusive seu avô, e comentei com amigos que Nana e Dori têm personalidades mais parecidas com a da sua avó Stella, que era bem direta.  Sim, você conhece. Comentei isso numa entrevista, também. Eu e meu pai (Danilo Caymmi) somos mais parecidos com o meu avô, que pensava muito antes de falar.

Assista o videoclipe de Diplomacia, dirigido por Murilo Alvesso

***

BLACK MIRROR tem episódio filmado em SP e outro com Miley Cyrus O ator americano Anthony Mackie no Viaduto Santa Efigênia (S. Paulo): Striking Vipers (Foto/Divulgação) Sem o impacto e a ousadia narrativa dos primeiros anos, mas ainda interessante, a quinta temporada da série Black Mirror, na Netflix, apresenta três episódios nos quais se destacam Striking Vipers, gravado em São Paulo, e Rachel, Jack and Ashley Too, bem protagonizado por Miley Cyrus.

Locais e prédios conhecidos de SP são cenários para os personagens de Anthony Mackie (Vingadores: Ultimato) e Yahya Abdul-Mateen II (Aquaman), dois amigos que se reconectam num jogo de realidade virtual, anos após a vida universitária, e veem a brodagem seguir por um caminho inesperado.

No episódio com Miley Cyrus, ela vive uma cantora pop que tem a carreira muito controlada pela tia/empresária e anseia por liberdade na vida pessoal. As coisas mudam a partir de um novo produto lançado por ela no mercado, a boneca eletrônica Ashley Too, que vira a melhor amiga de uma adolescente tímida e sem amigos. O outro episódio é Smithereens, sobre o vício em celular e redes sociais.

Veja trailer da quinta temporada de Black Mirror