Amigos e familiares se despedem do microempresário morto em motel

Alfons Ludwig Boness, 72 anos, foi morto a facadas pela namorada Sônia Souza Soares, 70, que logo após o crime se matou

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  • Raquel Saraiva

Publicado em 9 de julho de 2018 às 18:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Com a presença de amigos e familiares e sob muitos aplausos, o microempresário Alfons Ludwig Boness, 72 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira (09), no cemitério Campo Santo. Muito emocionado, o filho de Alfons, o assistente administrativo Alfons Borba Boness, 29, se despediu em silêncio olhando para o túmulo do pai.“Meu pai, pra mim, era tudo. Ele representava tudo, minha educação, minha estrutura, o que eu sou hoje. Se eu me formei e tenho o que tenho hoje foi por causa dele. Sempre foi um cara extrovertido e é isso o que eu vou lembrar dele”,  Alfons Borba Boness, filho da vítima, ao final do velório.Ele diz que o pai era muito justo e tratava todas as pessoas muito bem. “O que ele fez de melhor eu vou dar continuidade”, comentou emocionado.

A suspeita é que Alfons tenha sido morto a facadas pela namorada Sônia Souza Soares, 70, que logo após o crime se matou. Os corpos foram encontrados em um dos quartos do Motel Hashtag, no bairro do Costa Azul.

A perícia foi realizada no local ainda no domingo (08). Segundo a polícia civil, a genitália do idoso foi decepada. Até o final da tarde desta segunda-feira, nenhum familiar de Sônia foi ao IML tratar da liberação do corpo.

Alfons tinha ascendência alemã e era o caçula de 4 irmãos. Ele morava com a irmã, a médica pediátrica Edlice Boness, 74 anos, e com o filho em um apartamento no Corredor da Vitória. Alfons morava com a irmã, a médica pediátrica Edlice Boness, 74 anos, e com o filho em um apartamento no Corredor da Vitória (Foto: Reprodução) “Ele era tudo pra mim. Morava comigo desde a minha viuvez, há 20 anos. Toda tarde ele chegava e me fazia companhia, por isso estranhei ele não avisar que ia atrasar no último sábado. Sabia que alguma coisa tinha acontecido”, ela lamentou no enterro.

Edlice lembra que o irmão era carinhoso e cuidadoso. “No meu aniversário, ele contratou um saxofonista para tocar minhas músicas preferidas. Eu fiquei muito emocionada! Tinha que ser ele, me conhecia muito bem… Sempre trazia um abará pra mim, ou fazia crepioca. Por isso eu sabia que tinha algo errado, ele nunca me deixava sozinha”.

O microempresário não costumava contar detalhes sobre sua vida pessoal nem para familiares mais próximos. “Ele era discreto, nem pra família ele abria o jogo”, disse um primo de Alfons.

Ao contrário de familiares, amigos afirmaram que sabiam do relacionamento de Alfons com Sônia. “Ele contou que tinha conhecido uma corretora de imóveis depois de uma reforma em um apartamento dele”, disse um amigo que não quis se identificar. Segundo ele, os dois estavam namorando há ‘cinco ou seis meses’.

Alfons costumava encontrar os amigos aos sábados no final do expediente. Ele tinha uma loja que realizava consertos em equipamentos de escritório na Av. Estados Unidos, no Comércio.

“Sábado tomávamos cerveja e ele aparecia só pra bater papo, porque ele não bebia e nem fumava. No último sábado mesmo a gente se encontrou”, disse o amigo que também trabalha no bairro do Comércio. “No comércio todo ele era querido e conhecido”, lamentou.

Emocionado, outro amigo de Alfons afirmou estar chocado com as circunstâncias do crime. “Perder um amigo já é triste, assim é pior ainda. Ele era excelente pessoa”. O crime é investigado pela Polícia Civil.

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