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Aninha Franco: Ranking de espantos

  • Foto do(a) author(a) Aninha Franco
  • Aninha Franco

Publicado em 18 de março de 2017 às 06:00

 - Atualizado há 2 anos

No último sábado, postou-se um vídeo no YouTube com duas mulheres venezuelanas dançando sobre um caixão que me espantou muito. Que me levou a pensar na revolução bolivariana de Hugo Chávez, Maduro & Cia. Que me levou a achar que a necrofilia pop mais parecia uma cena da obra-prima do Marquês de Sade, Os 120 Dias de Sodoma, do que o resultado do socialismo bolivariano. As duas jovens que dançam sobre o caixão do morto fazem movimentos da “boquinha da garrafa”, do “toda enfiada”, desse Kama Surta que tomou conta do Brasil. Mas chegou à Venezuela como? Pelo Foro de São Paulo? O reggatton das novas carpideiras é do cantor porto-riquenho Alexio La Bestia, ídolo latino como nosso La Furia, tudo em grau Apocalíptico. A coreografia Surta me impressionou muito, mas só conseguiu um segundo lugar no ranking dos espantos.

A lista de Janot não ficou em primeiro porque nós, brasileiros, convivemos com essas listas desde os nascimentos. Porque nós, brasileiros, podemos concluir que esse modelo político foi instalado no Brasil por Thomé de Souza, em 1549. Que o negócio foi e é, sempre, chegar ao poder colonial, imperial ou republicano para saquear o erário. E que a construção de Brasília facilitou as péssimas intenções dos políticos, unindo-os, todos, contra nós, tirando o máximo e dando o mínimo, sempre felizes e repletos de privilégios. Lutemos para que sejam vencidos.

Assistir Dilma Rousseff comentando o “golpe” em francês tampouco provocou espanto, ainda que indigne saber que estamos pagando por aquele mico em euro. Mas o francês é de Dilma, é dela, é da estocadora de vento, da mulher sapiens, da presidente que não falou com a massa, mas falou com a mandioca. Fazer o quê? Apenas pensar que nenhum brasileiro – nem mesmo os petistas – merecem ser governados por Lula, Dilma e Temer nessa ordem ou em ordem nenhuma. Pensar que nenhum brasileiro – mesmo os que ainda defendem o lulopetismo – merece Brasília, a lista de Janot, e todo o nosso cotidiano que nem espanta mais.

A notícia de que a Câmara de Vereadores de Salvador homenageará Lula com a medalha Thomé de Souza não me provocou espanto algum. Trazendo Fanta, digo que a medalha Thomé de Souza é a cara de Lula. Porque se Thomé de Souza, pai de Garcia D´Ávila, na história ficcional que ainda infesta o Brasil, foi apenas o primeiro governador da Colônia, na história real enriqueceu o filho assassinando milhares de índios. Porque se Garcia D´Ávila, filho do Thomé de Souza da medalha, chegou na Bahia com uma mão na frente e a outra atrás, tornou-se um dos homens mais ricos da América assassinando tribos inteiras para ficar com suas terras. Daí que Lula merece a medalha Thomé de Souza.

Em São Paulo, onde passei a semana, nesse território do Brasil colonizado pela Inglaterra, irmão remediado da USA, fala-se de um novo modelo político que em três meses incompletos de gestão encantou a população com práticas oportunas e o discurso eloquente de – “Não sou político! Sou gestor!” E há tempos não ouço tantos elogios a um político – que não quer ser político – como escutei a Dória nesses dias de São Paulo, conquistando o primeiro lugar no ranking dos espantos.