Antes de jogo do Vitória, dezenas de quilos de milho são despejados no entorno da Fonte Nova

Nas redes sociais, atitude é atribuída a torcedores do Bahia

Publicado em 14 de setembro de 2019 às 09:50

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Eduardo Dias/CORREIO
. por Foto: Eduardo Dias/CORREIO

Quem foi à Arena Fonte Nova nas primeiras horas da manhã deste sábado (14) teve uma surpresa. Dezenas de quilos de milho foram despejados no entorno do estádio, horas antes da partida entre Vitória e Guarani. 

O milho foi jogado nas entradas Super Norte e Norte 1, na Ladeira da Fonte. Nas redes sociais, usuários atribuíram a ação com milho a torcedores do Bahia. "Hoje tem banquete para os torcedores do Vice! 200kg de milho jogados ao redor da fonte nova", provocou uma usuária, no Twitter. A quantidade de grãos, no entanto, não foi confirmada pela Limpurb. 

A partida deste sábado será a primeira desde que o time rubro-negro anunciou, na segunda-feira (9), que mandaria seus jogos para a Fonte Nova até 2022. Ao CORREIO, a assessoria da Arena Fonte Nova informou que o milho já está sendo retirado e o processo deve ser concluído antes do fim da manhã. 

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Ajudando a recolher o cereal no entorno da arena, o gari Raimundo Silva de Jesus afirmou que nunca tinha visto tanto milho junto desde que veio de Ipirá, no interior da Bahia. Ele, que torce para o Bahia, disse que a gozação entre torcedores é saudável e que faz parte do futebol. Raimundo diz que nunca viu tanto milho (Foto:Eduardo Dias/CORREIO) "Isso é bom para os torcedores, é divertido. O que não pode é ter violência, um matar o outro. Precisamos de paz no futebol", afirmou.O embalador de supermercado Maciel de Jesus, 25 anos, aproveitou e catou cerca de 20 quilos de milho para levar para casa. O objetivo era alimentar sua criação de galinhas.  Maciel vai alimentar as galinhas (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) "Agradeço aos torcedores do Bahia por fazerem isso, vou alimentar as 15 galinhas que tenho em casa", contou. A provocação faz referência ao filme A Fuga das Galinhas. Desde o ano passado, a torcida tricolor usa o filme para fazer piada com o Vitória, após o rubro-negro ter forçado o término do primeiro Ba-Vi de 2018 antes dos 90 minutos. 

Entre os torcedores, a notícia se espalhou logo cedo. O analista de informática Renato Dourado, 35, foi comprar o ingresso do jogo do Vitória junto com o pai, o aposentado Eunildo Dourado, 72,  já sabendo do ocorrido com o milho jogado nas entradas da Fonte Nova, quando viu pelas redes sociais. 

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"É uma gozação normal, da mesma forma que chamamos eles de sardinhas e jahias. A partir do momento que parte para agressão, não é coisa de torcedor, é vandalismo e mau caratismo. Eu prefiro os jogos na Fonte Nova, pois venho andando, é mais perto, mas gostava mesmo é do Barradão, que é o nosso estádio, a nossa casa", afirmou, ao dizer que o Leão da Barra vence o jogo de hoje pelo placar de 3x1.  Renato e o pai, Eunildo, já chegaram ao estádio sabendo do milho (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) Para ele, os jogadores não se importam com as provocações. De tão focados na partida, acredita que devem deixar a rivalidade para a torcida. "Acho que não deveria ter um revide contra a loja do Bahia, isso não é cidadania. Tomara que os torcedores que se dizem organizados não queiram fazer nada em troca. Vamos levar na esportiva e bola para frente. Somos torcedores, vamos torcer, vibrar e apoiar o nosso time para voltar à Série A", completou.Com opinião contrária ao colega rubro-negro, o aposentado Carlos Tomaz do Carmo, 68, não gostou muito da brincadeira dos torcedores rivais. Para ele, esse tipo de coisa pode gerar algo pior, como brigas.  (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) "Isso é coisa de vândalo mesmo, de certa forma, porque estão atingindo um patrimônio público. Acho que isso é uma falta de respeito. As pessoas têm que entender que o futebol é jogado em campo. Fora dele deve haver amizade. Por conta dessas coisas, os Ba-Vis são realizados com torcida única. Isso pode gerar algo muito ruim futuramente. Um torcedor exaltado pode tentar revidar e atingir o patrimônio deles, que é a loja no Dique", disse.Tricolores Torcedor do Bahia, o agente de portaria Mário Santos, 26, encarou a provocação dos tricolores como uma gozação sadia e que não deve ser levada tão a sério. "É uma gozação sadia, mas se me chamasse para fazer isso, eu não faria. Porque acho que eles podem fazer algo com a nossa loja. É aquela coisa, futebol tem que ser assim mesmo, senão fica muito chato", afirmou.

O também tricolor e comerciente, Pedro Moura, 68, que levou o neto Rafael Musser, de 5, à Loja do Bahia na Fonte Nova, afirmou que a atitude dos torcedores deveria ter sido evitada. 

"Eu acho que coisas assim deveriam ser evitadas. Eles gastaram dinheiro à toa. É uma provocação que existe e é saúdavel, mas não se pode saber até onde pode ir", afirmou Pedro e Rafael visitaram a Loja do Bahia na Fonte Nova. (Foto: Eduardo Dias/CORREIO) Twitter Nas redes sociais, a provocação rendeu reações mistas. Houve quem criticasse a atitude e quem aproveitasse para brincar com os torcedores do Vitória.

Instagram Também nas redes sociais, os torcedores rubro-negros reagiram à provocação dos tricolores na mesma moeda. O Comando Feminino da Torcida Uniformizada Os Imbatíveis (TUI), principal organizada do Vitória, iniciou uma campanha para arrecadação de latas de sardinhas, também em provocação aos torcedores rivais. O motivo tem, porém, uma boa causa: os alimentados serão doados para instituições de caridade, escolas e asilos. (Foto: Divulgação/Instagram) As doações deverão ser entregues nos seguintes pontos:

Ponto 1 (Dique): No Posto BR em frente ao restaurante A Porteira.

Ponto 2 (Ladeira da Fonte): Em frente ao Bompreço.

Três anos O Vitória enfrenta o Guarani neste sábado, às 16h30, pela 22ª rodada da Série B. O rubro-negro é o 15° colocado na tabela, com 24 pontos, a apenas um da zona de rebaixamento. 

O contrato com a Fonte Nova vai até dezembro de 2022. Com isso, o Leão jogará lá pelos meses restantes da temporada 2019 e mais três temporadas inteiras. Até o fim da Série B do Campeonato Brasileiro, o time jogará nove vezes na Fonte Nova.

Com informações do repórter Eduardo Dias