Anvisa repudia fala de Bolsonaro, que pediu nome de quem aprovou vacina infantil

Servidores já relataram até ameaças de morte de grupos antivacina

Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 17:40

- Atualizado há 10 meses

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nota nesta sexta-feira na qual repudia o que chama de "ameaças" feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ontem em transmissão ao vivo nas redes sociais. O chefe do Executivo cobrou publicamente a divulgação dos nomes dos servidores que aprovaram a aplicação da vacina da Pfizer contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos

"A Anvisa está sempre pronta a atender demandas por informações, mas repudia e repele com veemência qualquer ameaça, explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias e o sustento de nossas vidas e famílias: o nosso trabalho, que é proteger a saúde do cidadão", diz o órgão em nota assinada pelos diretores e pelo presidente Antonio Barra Torres, indicado por Bolsonaro - mas rompido com o governo.

'Ativismo violento' De acordo com a Anvisa, a agência está no "foco e no alvo do ativismo político violento". Os servidores já relataram à polícia ameaças de morte por grupos antivacina antes mesmo da aprovação do imunizante para crianças. "O serviço público aqui realizado, no que se refere à análise vacinal, é pautado na ciência", lembra o órgão, que garante um ambiente de trabalho "isento de pressões internas e avesso a pressões externas".

A Anvisa ainda ressalta que todas as suas resoluções estão direta ou indiretamente atreladas ao nome de todos os nossos servidores. Como a vacina da Pfizer já tem registro definitivo no Brasil, a ampliação do público-alvo é feita pela área técnica, e não apenas pelos diretores comumente mais expostos na mídia.