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Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2022 às 07:00
Contrariando o senso comum, uma doação importante não é aquela de valor exorbitante, é aquela doada pelo maior número de pessoas, com o valor que se pode. Com o lembrete de que “Não há ninguém que não precise de ajuda. Não há ninguém que não possa ajudar”, a Apae Salvador (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) chama a atenção para a importância da solidariedade dos baianos para a manutenção das atividades socioassistenciais da instituição. >
Os custos para a execução dos projetos nas áreas de assistência social e educação dependem de doações, que estão em queda desde o início da pandemia. Com demandas e despesas crescentes, a instituição tem enfrentado dificuldades para pagar as contas e manter o atendimento, principalmente nesses dois setores. >
“A maior parte das nossas receitas é oriunda da prestação de serviços do SUS, mas as tabelas de serviços do Sistema Único de Saúde não são reajustadas há alguns anos. Principalmente agora com a pandemia, a prestação dos serviços e insumos aumentaram muito, o que fez com que a gente tivesse um estrangulamento das nossas contas”, explica a coordenadora de Assistência Social da Apae Salvador, Jaqueline Braz. Crianças atendidas na Apae da capital baiana (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Diante do desafio para garantir o funcionamento de excelência, a instituição convoca os baianos a colaborar, através dos seus diversos canais de doações. Para ajudar, basta acessar o site oficial da instituição, www.apaesalvador.org.br, e encontrar a melhor forma de doar. Entre as opções, existem contas para depósito ou transferência em diversas instituições bancárias, doações diretas na conta de energia elétrica, e ainda através da Declaração do Imposto de Renda, entre outras. >
Geiza Aguiar, 43, mãe de Antônio Cezar, de 7 anos, sabe bem a importância da doação para a continuação do tratamento do seu filho. “Hoje eu não sei como viveria sem o apoio da Apae, tanto na parte educacional como na saúde e no social. Vale ressaltar que na pandemia a instituição sempre doou cestas básicas para as famílias. A gente se sente apoiado e acolhido”, destaca Geiza. Geiza Aguiar com o filho Antonio, 7 anos, atendido há quatro anos pela instituição (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Antônio e sua família recebem assistência da Apae há quatro anos, desde que ele tinha 3 anos de idade. De acordo com Geiza, na instituição ele trata a síndrome de down através do atendimento educacional especializado (AEE), conta com atendimento neurológico e outros serviços do Centro Médico, como o odontológico. >
“Eu peço para quem puder, que doe. Tenha certeza de que a doação será muito bem empregada, porque o tratamento da pessoa com deficiência é feito com muita experiência. Eles trabalham com amor, dedicação e isso é o diferencial na vida de pessoas com crianças com deficiência”, incentiva Geiza. >
Atendimentos A Apae Salvador atende diretamente a 718 usuários com deficiência intelectual. De acordo com Jaqueline, o setor de assistência social, que mais tem sofrido com a queda na arrecadação de recursos, junto com o setor de educação, acompanha em média 415 famílias por mês. >
Hoje a principal fonte de recursos da instituição é a prestação de serviço ao SUS, que corresponde a 76% da receita gerada, e de outra pequena parte, oriunda do financiamento da sociedade, por meio das doações, que representam 5% de toda a receita. >
O valor gerado tem sido insuficiente para a manutenção de toda estrutura da Apae, que teve seus custos elevados em 30% durante a pandemia. A tabela de pagamentos do SUS está congelada, sem nenhum tipo de correção há anos e os baianos têm doado menos. >
Jaqueline ainda esclarece que a Apae não corre risco de fechar e nem de deixar de oferecer os serviços que presta aos usuários e suas famílias, mas precisa do apoio da sociedade para continuar prestando atendimento com qualidade nas áreas de assistência social, educação e saúde.>
O aposentado Edmilson Batista Menezes, de 63 anos, realiza mensalmente uma doação para a Apae através da conta de energia elétrica. Todo mês, há um ano, ele paga R$ 20 a mais na conta, que são convertidos em uma doação do mesmo valor para a instituição. “Se a gente for esperar enriquecer para doar, pode ser que nunca aconteça, por isso eu doou pouquinho, mas não deixo de doar, o importante é fazer com que a ajuda chegue”, destaca Edmilson. >
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo >