Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Luana Lisboa
Publicado em 11 de outubro de 2021 às 19:22
- Atualizado há 2 anos
O sindicatos dos Lojistas e dos Comerciários não entraram em acordo para o feriado de Nossa Senhora Aparecida (também Dia das Crianças), e o esperado é que o comércio de rua não funcione em Salvador nesta terça-feira (12). A exceção são para as lojas que funcionam nos grandes centros comerciais, como os shoppings, onde empresas costumam fazer acordos individuais para funcionar nos domingos e feriados.>
"Salvador tem 12 mil comerciários. Amanhã, você não vai encontrar nem 80 lojas funcionando na cidade", diz o presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindlojas), Paulo Motta. "Como não existe um acordo que envolva os dois sindicatos, dos lojistas e comerciários, só aquelas empresas que fizeram acordos individuais devem estar em funcionamento".>
O impasse entre lojistas e comérciários da cidade acontece com base no Artigo 6º-A da Lei 10.101/2000, na qual afirma-se que "é permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal".>
De acordo com o Sindicato dos Comerciários de Salvador, representado pelo presidente Renato Ezequiel, para este feriado, não houve a assinatura da Convenção Coletiva por parte de ambos e as empresas que abrirem as portas sem terem buscado um acordo correm risco de uma multa de, no mínimo, R$ 1 mil reais. "As que não assinaram, se abrirem, pagam uma multa de mil reais, por trabalhador, de acordo com a decisão da juíza da 18ª Vara do Trabalho".>
Agora, são 4 anos sem a assinatura das Convenções Coletivas entre os Sindicatos. Além das regras para o trabalho nos feriados, o acordo também cobre outros benefícios, como reajuste salarial, novos pisos, alimentação e o Dia dos Comerciários.>
"Esse impasse é ruim porque são bilhões de reais que poderiam estar injetados na economia local. Isso traz prejuízo para a cidade, para o comércio e para os representados dos sindicatos", diz Renato Ezequiel.>
Entretanto, um acordo chegou a ser feito no começo desse ano entre os Sindicatos, para tratar sobre os feriados que se seguiriam. >
"Há um desencontro de conquistas, com isso, o comércio não tem o instrumento normativo de trabalho regular que seria uma convenção. Por isso, fizemos em maio uma convenção específica de feriados que cobriu 1º de Maio [Dia do Trabalho] e 3 de Junho [Corpus Christi]", explica Paulo Motta.>
No mesmo acordo ficou definido que, no próximo dia 18 de outubro, Dia dos Comerciários, as lojas não abrirão. "A máquina compulsora da economia local somos nós, comerciários e comerciárias. Já falei ao Presidente dos Sindlojas que podemos parcelar os retroativos, mas de nada adiantou", finaliza Renato.>
*sob supervisão da subeditora Fernanda Varela>