Após acusações de assédio na Vogue, Daniela Falcão deixa as Edições Globo Condé Nast

Em setembro deste ano, vários ex-funcionários relataram uma rotina de assédio e humilhações que sofriam na redação da revista

  • Foto do(a) author(a) Alô Alô Bahia
  • Alô Alô Bahia

Publicado em 16 de outubro de 2020 às 21:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ale Oliveira/Divulgação

A jornalista Daniela Falcão - que nos últimos 10 anos esteve a frente das publicações da Globo Condé Nast, como Vogue, Glamour e GQ - não faz mais parte da Edições Globo Condé Nast. O comunicado foi divulgado nesta sexta-feira (16) e o texto afirma que a decisão foi em comum acordo entre Editora Globo, Condé Nast e Daniela “para a realização de um desejo antigo de se dedicar a consultoria e a projetos pessoais”.  Daniela já foi editora-chefe da Vogue Brasil e, até então, assumia o cargo de diretora-geral da joint venture entre o Grupo Globo e a editora internacional Condé Nast. Até o final de 2020, a profissional vai trabalhar em sua transição e no planejamento das marcas para 2021. Ainda não foram divulgados detalhes sobre a nova estrutura da empresa. Em setembro deste ano, em matéria do BuzzFeed, vários ex-funcionários de Falcão relataram uma rotina de assédio e humilhações que sofriam na redação da revista perpetradas, segundo eles, por Daniela. “Toda hora alguém voltava do banheiro com cara de choro”, diz um dos relatos.Confira a mensagem enviada pelo diretor-geral da Editora Globo, Frederic Kachar:“MUDANÇAS NA DIREÇÃO GERAL DA EDIÇÕES GLOBO CONDÉ NAST Após dez anos de dedicação, trabalho e parceria, Daniela Falcão deixará a Edições Globo Condé Nast no fim deste ano, em comum acordo com a Editora Globo e a Condé Nast, para a realização de um desejo antigo de se dedicar a consultoria e a projetos pessoais. Nas próximas semanas, trabalharemos juntos na transição e planejamento para 2021. Daniela foi uma das primeiras pessoas a aceitar meu convite para fazer parte da EGCN, joint venture entre Editora Globo e Condé Nast, criada em 2010 com o intuito de não somente amplificar o alcance e a relevância dos produtos que já existiam àquela altura (Vogue e Casa Vogue), mas também lançar novas marcas do portfólio deste parceiro no mercado brasileiro. Na ocasião, Dani juntou-se à EGCN como diretora de Redação da Vogue, cargo que já ocupava na empresa que anteriormente editava a revista. O primeiro grande desafio, rapidamente superado, foi o de inserir a Vogue – até então uma revista impressa – no ecossistema digital. Criamos o primeiro site da marca no Brasil e, em menos de dois anos, ele passou a disputar a liderança em audiência digital. Além disso, fomos pioneiros no desenvolvimento dos perfis em redes sociais, onde logo nos tornamos líderes absolutos no segmento. A construção de uma sólida e engajada audiência nos possibilitou uma robusta evolução do modelo de negócios ao longo da década passada, e Vogue Brasil tem hoje praticamente 40% do seu faturamento vindo de canais digitais. Sem dúvidas, fomos capazes de acompanhar as rápidas transformações dos mercados de moda, beleza e lifestyle, além das agudas mudanças nos hábitos de consumo da nossa audiência, nestes dez anos. E temos orgulho, hoje, de constatar que a Vogue brasileira está entre as cinco principais do planeta. Depois de um ano como diretora Editorial da empresa, a partir de 2017, Daniela assumiu a direção geral da EGCN. Destaco, neste período, a notável evolução na qualidade editorial de todos os produtos do nosso portfólio, além de uma maior disseminação da cultura digital nas equipes editorial e comercial. Nossas audiências em todos os demais produtos seguiram crescendo, assim como as receitas digitais. Vale ressaltar também o fortalecimento da nossa grade de eventos, outra fonte importantíssima de resultados para a empresa. O Baile da Vogue se tornou o mais importante e disputado evento de luxo no país. Nosso Men of the Year, evento global da GQ, está entre os três maiores do mundo. Geração Glamour e Casa Vogue Experience também são benchmarks, dentro e fora do Brasil. E Wired, a marca mais admirada no mundo em inovação e tecnologia, desembarcou por aqui há quatro anos justamente como uma plataforma de eventos. Ainda nessa seara, sinto muito orgulho de termos desenvolvido em conjunto o Veste Rio, uma parceria entre Vogue e O Globo, que rapidamente se tornou o maior e mais influente evento para o trade da moda brasileira. Conseguimos unir as forças de duas marcas do nosso portfólio para criar um produto único, que foi capaz de restaurar a relevância do Rio de Janeiro no mundo da moda e da economia criativa, vocações que estavam abandonadas até então. Por último, destaco também os projetos de responsabilidade social e ambiental desenvolvidos sob a gestão da Daniela, unindo anunciantes e ONGs, além da aceleração das práticas de inclusão e diversidade em nossos conteúdos e também junto ao corpo de colaboradores da EGCN. Em breve, voltaremos com mais detalhes sobre a estrutura da empresa. Nesse ínterim, conto com o apoio de todos. Mesmo um ano dificílimo como tem sido 2020 não abala a minha confiança na capacidade da nossa equipe de seguir transformando a EGCN em uma empresa de mídia admirada e sustentável. Um abraço, Frederic Kachar”.

Leia mais notícias no Alô Alô Bahia