Após micose, só um veterinário pode atestar a necessidade da eutanásia

O procedimento é realizado apenas no hospital veterinário ou numa clínica veterinária

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  • Bruno Wendel

Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 05:30

- Atualizado há um ano

Em caso de animais com suspeita de esporotricose, com feridas principalmente na região do rosto, o primeiro passo para quem mora em Salvador é ligar para o CCZ pelos números 3611-7331 ou 156, e uma equipe de veterinários irá à residência para fazer a coleta da amostra biológica. O material é enviado para o Laboratório de Pesquisas Micológicas (Lapemic), da Ufba.

Se o resultado for positivo para esporotricose, a equipe do CCZ retorna à residência para aplicação do tratamento com antifúngico.

Em alguns casos, quando a doença está em estado avançado no animal, a recomendação é a eutanásia, para evitar o prolongamento do sofrimento do animal e de novas contaminações.

“O sacrifício é a última alternativa porque a doença é benigna, ou seja, tem cura. Quando se faz uma relação de doença com animais, geralmente as pessoas entram em pânico e têm reações diversas, como abandono dos animais e até a matança deles, alguns até saudáveis”, explicou o chefe do Setor de Vigilância Contra a Raiva do CCZ, Aroldo Carneiro.

Somente um veterinário poderá atestar a necessidade do sacrifício do animal e o procedimento só pode ser realizado no hospital veterinário ou numa clínica veterinária.  Os corpos são incinerados no CCZ, em ambiente fechado, para evitar a proliferação do fungo.

Saiba mais sobre a doença

O que é:  A Esporotricose Humana é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais. A infecção ocorre, principalmente, pelo contato do fungo na pele ou mucosa por meio de trauma em acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato o mais comum.

Transmissão: Ocorre por meio da contaminação de ferimentos já abertos ou pela entrada do fungo na pele a partir de um trauma, alcançando o tecido cutâneo e subcutâneo. O fungo não é capaz de penetrar a pele sem lesão. Atualmente, sua ocorrência está cada vez mais relacionada à transmissão por animais, principalmente a partir de gatos domésticos infectados e, ocasionalmente, por cães, pássaros, tatus e peixes.

Sintomas: O desenvolvimento da lesão inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea. Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose. Mas também pode afetar os ossos e articulações, manifestando-se como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhante ao de uma artrite infecciosa.

Tratamento: Deve ser realizado após avaliação clínica, com orientação e acompa- nhamento médico. A duração do tratamento pode variar de três a seis meses, ou mesmo um ano, até a cura do indivíduo. Os antifúngicos utilizados para o tratamento da esporotricose humana são o Itraconazol, o Iodeto de Potássio, a Terbinafina e o Complexo Lipídico de Anfotericina B, para as formas graves, disseminadas. O SUS oferece, gratuitamente, o Itraconazol e o Complexo Lipídico de Anfotericina B para o tratamento da Esporotricose humana.