Após pressão dos EUA, Bolsonaro nega ter 'tomado partido' no conflito entre Rússia e Ucrânia

A porta-voz do governo dos Estados Unidos disse que o "Brasil talvez esteja do outro lado" em relação à maioria da comunidade internacional

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  • Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2022 às 21:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta sexta-feira (18), que tenha tomado partido da Rússia no conflito com a Ucrânia, mesmo após se dizer "solidário" aos russos durante sua visita oficial a Moscou. A declaração vem no mesmo dia em que a porta-voz do governo dos Estados Unidos, Jen Psaki, disse que o "Brasil talvez esteja do outro lado" em relação à maioria da comunidade internacional.

"Falei lá (na Rússia) que o mundo é nossa casa e Deus acima de todos. Falei a mensagem de paz, não foi para tomar partido de ninguém", disse o presidente em transmissão ao vivo nas redes sociais, nesta semana realizada excepcionalmente na sexta-feira.

Bolsonaro voltou a dizer que a retirada - ainda não confirmada - de parte das tropas russas da fronteira com a Ucrânia sinaliza diminuição das chances de guerra na região e que as empresas do país vão dobrar a exportação de fertilizantes para o Brasil.

O chefe do Executivo ainda citou o aumento dos preços do petróleo por conta das tensões entre Rússia e Ucrânia, mas ponderou que a valorização do real pode ajudar o País. "Dólar caiu bastante de preço, isso é bom para a gente porque tira pressão dos combustíveis", disse o presidente. Ele reforçou que sua preocupação neste momento é diminuir a inflação e criar empregos formais.

Em relação à sua visita a um monumento erguido em homenagem a soldados mortos na Segunda Guerra Mundial quando a Rússia era a comunista União Soviética, que causou grande repercussão nas redes sociais, Bolsonaro mandou críticos irem estudar. "Os russos lutaram ao nosso lado contra o nazismo", declarou.