Após ser resgatada, naja que picou estudante ganha ensaio fotográfico no zoológico

Após o episódio, instituição em Brasília já recebeu outras 18 serpentes criadas ilegalmente

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  • Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2020 às 10:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília
. por Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

Nova moradora do Zoológico de Brasília, a cobra naja que foi resgatada depois de picar um estudante de medicina veterinária ganhou um ensaio fotográfico. O animal está no zoológico desde a última quarta-feira, quando foi localizada depois de ter sido abandonada ao lado de um shopping. 

Em seu perfil no Instagram, o fotógrafo do zoo que fez as fotos, Ivan Mattos, contou que, na sexta-feira (10), após a avaliação inicial, a caixa onde a serpente estava foi aberta e ela entrou no recinto onde foi alojada. 

"O manejo ocorreu segundo todos os protocolos de segurança e contou com uma equipe experiente em manejo de serpentes. No recinto, a serpente conta com uma ambientação adequada para sua espécie, com o objetivo de promover o bem-estar e a qualidade de vida até que se decida sua destinação final", escreveu, ao compartilhar uma das fotos. 

No sábado, o zoológico informou que, depois do caso da naja, recebeu outras 18 serpentes que estavam sendo criadas ilegalmente no Distrito Federal. De acordo com a fundação que administra o espaço, duas cobras peçonhentas - uma víbora-verde-de-vogel e uma jararacuçu - foram entregues apenas na sexta-feira. As outras já tinham sido levadas pela Polícia Militar. 

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Ainda não se sabe para onde as cobras serão levadas. Segundo o Ibama, instituições de referência, como o Instituto Butantan, em São Paulo, devem ser consultadas para a definição. 

A criação de cobras em residência só é autorizada após solicitação formal ao órgão ambiental do estado, no caso de espécies não venenosas. Já as serpentes peçonhentas só podem ser criadas apenas com fins comerciais, por instituições famacêuticas, ou com intuito de conservação, ou seja, quando o animal não pode voltar à natureza por diversos motivos, como ter sido vítima de maus-tratos.

Entenda o caso O estudante de veterinária Pedro Lehmkul, 22 anos, entrou em coma induzido após ser picado por uma cobra naja esta semana. Segundo o portal Metrópoles,  ele apresentou palidez, tontura e dormência nos membros inferiores e insuficiência respiratória. O caso evoluiu e o jovem apresentou necrose nos braços e lesões no coração.

Por ser um animal considerado raro no Brasil, o soro antiofídico precisou ser importado dos Estados Unidos. O ataque ocorreu na última terça-feira (7) e o remédio só chega nesta quinta (9).

O animal, que integra a lista das serpentes mais venenosas do mundo, era o bichinho de estimação de Pedro. Nos últimos 10 anos não há o registro da entrada de uma naja legamente no Distrito Federal, fazendo as autoridades crerem que a cobra foi vítima de tráfico ilegal.

A naja foi encontrada nesta quarta-feira (8) dentro de uma caixa de plástico nas redondezas de um shopping de Brasília. Como Pedro não tem autorização para criar o animal, ele pode ser multado em até R$ 5 mil.

O estudante saiu do coma esta semana, mas segundo a polícia, ele pode ser dono de outras 16 cobras exóticas. Após uma denúncia anônima, o BPMA-DF (Batalhão da Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal) encontrou 16 cobras exóticas em uma fazenda no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina, a 73 km de distância de onde o estudante foi picado.

Um criadouro ilegal com outras cobras e até um tubarão-lixa, espécie ameaçada de extinção, foi encontrado em uma casa que seria de um dos amigos do estudante.