Apple contra o Grande Irmão 2

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  • Hugo Brito

Publicado em 29 de abril de 2021 às 05:00

- Atualizado há 10 meses

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Em 1984, a Apple lançava o Macintosh, em um comercial de TV dirigido por Ridley Scott (de 'Aliens' e 'Blade Runner') que custou 1,5 milhão de dólares e que ocupou 1 minuto no intervalo da final do Superbowl. A empresa atacava, nas entrelinhas, a hegemonia da IBM, comparando a concorrente com o Grande Irmão, não o do programa de TV, mas, sim o do livro 1984, que inspirou a atração, escrito por George Orwell. Naquele ano, o mesmo que dá título ao livro, a empresa criada por Steve Jobs e Steve Wozniack dizia que vinha para libertar os usuários, dando a eles uma opção à IBM que, então, comandava o mercado de computadores pessoais. Os anos passaram, a IBM mudou de mercado e deixou de incomodar a Apple. Mas eis que agora surge o novo Grande Irmão… O Facebook.

Zuck x Cook

Mark Zuckeberg reclamou muito na semana passada devido a uma nova ferramenta que foi disponibilizada para os usuários de iPhones e iPads na última atualização do iOS, sistema operacional para dispositivos móveis da empresa. A fonte da discórdia, apenas mais um capítulo da troca de farpas entre Zuckeberg e Tim Cook, CEO da Apple, é um sistema que permite aos usuários impedir que suas atividades sejam seguidas pelos aplicativos que, mesmo já estando instalados, terão que pedir liberação para o dono do smartphone se quiserem fazer esse "trackeamento" dos comportamentos, tenha ele aceitado essa prática quando instalou a aplicação ou não. Foi aí que o Facebook sentiu o golpe. A possibilidade de negativa de acesso a essas informações é claramente um motivo de preocupação já que mais de um bilhão de pessoas usam iPhones e iPads no mundo e são consumidores com boa capacidade de consumo e sonho de consumo dos anunciantes.

A Grande Maçã

A Apple afirma que a nova ferramenta de bloqueio de rastreamento tem foco nos usuários da marca protegendo seus dados, já que os aparelhos cada vez mais guardam informações sensíveis. Na visão do Facebook, a iniciativa não tem uma explicação tão altruísta. A empresa rebate dizendo que a Apple quer mesmo é obrigar os fabricantes de aplicativos a cobrar mais e aumentar a fatia cobrada pela "maçã" por cada download, o que encareceria o acesso dos usuários. Mas, no fundo, parece que o medo do Facebook é maior que isso, e também não tão altruísta. A empresa quer fugir mesmo é de se dobrar, como fez o Google, que paga um valor anual de cerca de 10 bilhões de dólares para ser a ferramenta de busca principal dos usuários dos aparelhos móveis da Apple. Bem, a briga é boa mas, sabemos, no final alguém vence e, claro, não vai ser bem o usuário.

Da batedeira à TV

A Britânia, fabricante conhecida de eletrodomésticos, entrou no mercado de Smart TVs com aparelhos que trazem embarcado um sistema operacional criado pela Netflix. Para brigar com os fabricantes tradicionais ela chega com telas de 32” HD, 42” Full HD, 50” 4K e 55” 4K , todas com som Dolby. Os preços variam entre  R$1.400,00 e R$ 3.400,00. A tela top de linha de 55” vem com um processador de 4 núcleos e um processador gráfico triple core. Uma diferença no conforto do usuário chama a atenção. As TVs trazem nos controles remotos botões de acesso direto para 4 serviços de streaming: Netflix, Prime Video, YouTube e Globoplay. Para lançar o produto, a marca vem com tempero baiano. A cantora Ivete Sangalo será a garota-propaganda de uma campanha que entra no ar em breve. O consumidor só tem a comemorar pois, com mais concorrência, os fabricantes vão ter que brigar, inclusive no preço.