As 10 melhores séries de 2017

Por Carol Neves

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2017 às 08:30

- Atualizado há um ano

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O ano está terminando e mais uma vez foi bastante rico para quem gosta de seriados. Já faz certo tempo que o número de estreias é quase impossível de acompanhar, ainda mais considerando o número de serviços de streaming que vem crescendo no mercado (e dizem que a Apple é a próxima a entrar na brincadeira...). É o tipo de dor de cabeça boa de se ter: tem tanta coisa de qualidade para assistir que é difícil escolher! 

Foi também um ano com grande destaque para séries com personagens femininas fortes ("The Handmaid's Tale" e "Big Little Lies" foram as maiores vencedoras do Emmy de 2017). E, claro, foi um ano que teve "Game of Thrones" - já é mais do que se pode dizer de 2018, segundo o cronograma da série. 

Veja abaixo as dez melhores séries do ano:

1) THE LEFTOVERS (HBO) Depois da excelente segunda temporada, The Leftovers voltou para seus episódios finais com a missão de manter o nível de qualidade. Para quem não conhece, a série começou como uma adaptação de "Os Deixados Para Trás", de Tom Perrotta (produtor do projeto), que imagina como seria o mundo quando chegasse o arrebatamento previsto na bíblia. Um dia, inesperadamente, várias pessoas simplesmente desaparecem. Mas ao invés de lidar com elas, a série se pergunta o que acontece com quem ficou aqui e tem que seguir adiante. O final conseguiu equilibrar o lado fé e o lado ciência - ficou em aberto no que acreditar, devendo cada um consultar seu cetismo e se render, ou não ao maravilhoso monólogo final da Nora Durst de Carrie Coon (entre este papel e sua participação em "Fargo", uma das atrizes do ano). Muito mais, por exemplo, do que a série anterior do criador Damon Lindelof, Lost, conseguiu. 

2) THE HANDMAID’S TALE (HULU) A série mais comentada do ano, grande vencedora do Emmy 2017 e que já promete protagonismo similar para o Globo de Ouro do ano que vem. "The Handmaid's Tale" é baseada em livro homônimo da canadense Margaret Atwood (no Brasil, publicado pela Rocco com nome "O conto da aia") e ressoou muito com o público por conta do seu futuro distópico que mexe com nossos medos. Na história, a infertilidade feminina sobe e as mulheres que ainda podem ter filhos acabam se tornando "aias" usadas exclusivamente com propósito de reprodução por famílias do alto escalão da sociedade com mulheres inférteis. As aias veem serem roubados seus nomes, personalidades, liberdade e direitos, sendo na prática estupradas dentro da lei. É uma série dura, que incomoda e intensa. 

Relembre no nosso Comentários em Série:

3) BETTER THINGS (FX) Depois de uma primeira temporada razoável, a série voltou ainda melhor, mais azeitada, com seus episódios que funcionam como pequenos recortes bastante pessoais sobre o que é ser mãe, filha, amiga, ex-mulher, namorada... Sam Fox (vivida pela co-criadora Pamela Adlon) é capaz de nos fazer rir e chorar. Adlon foi responsável também pela direção de todos os dez episódios novos. O outro co-criador da série é o comediante Louis CK, que teve participação em todos os roteiros da temporada. Acusado por assédio, CK foi afastado da produção e o destino da série no futuro ainda está incerto.

4) BIG MOUTH (NETFLIX) Animação divertidíssima e rápida de ver da Netflix que conta com muito humor (e malícia) as agruras da puberdade. O roteiro se volta de maneira afiada e surpreendente para uma época das nossas vidas que nem sempre é muito agradável. A puberdade, inclusive, aparece em manifestação física como literalmente um monstro do hormônio (versão feminina e masculina). O elenco de apoio ainda inclui um fantasma tarado de Duke Ellington. Tem muita piada boba (mas que arranca riso fácil), mas tem também um olhar terno por trás.

5) BOJACK HORSEMAN (NETFLIX) Outra animação da Netflix que conseguiu, em sua quarta temporada, aprofundar o tratamento de temas como depressão e demência - este último, com a introdução da mãe senil de Bojack. A série continua com sua improvável mistura de coisas rídiculas (e muito engraçadas) e extremamente tristes. 

Confira o Comentários em Série:

6) TWIN PEAKS (SHOWTIME) Aconteceu de novo! E ainda bem que aconteceu. Vinte e cinco anos depois da exibição da série original, Twin Peaks voltou para uma terceira temporada que tinha todo o peso do mundo em suas costas. A responsabilidade era de dar respostas e continuar a fascinar o público que na década de 1990 ligou a TV para descobrir que matou Laura Palmer. Os diretores David Lynch e Mike Frost voltaram à frente do projeto. O resultado foi, como não poderia deixar de ser, algo bastante próprio, às vezes cansativo, mas com momentos maravilhosos, transcendentais e cheios de beleza (como o episódio que figura a explosão da bomba atômica).

Conheça mais no Comentários em Série feito antes da estreia da nova temporada:

7) BETTER CALL SAUL (AMC) A terceira temporada da série até aqui foi a que teve mais elementos da série-mãe "Breaking Bad", com a aparição de Giancarlo Esposito como o histórico Gus Fring, e isso foi tão bom quanto parece. Voltar a ver Fring, aqui tentando evitar uma guerra com Hector Salamanca, foi maravilhoso. A outra metade da temporada envolveu a crescente briga entre os irmãos McGill e também foi excelente, culminando com a batalha em uma audiência no episódio "Chicanery". No Brasil, a série é exibida semanalmente pela Netflix.

8) BIG LITTLE LIES (HBO) Inicialmente uma minissérie, mas que acabou virando série com a renovação confirmada para a segunda temporada. Também é baseada em um livro, de Liane Moriaty, e mistura o mistério com a narrativa sobre o dia a dia de um grupo de mães de uma região rica dos EUA. Com usos de flashbacks que mostram trechos de depoimentos, vamos acompanhando uma investigação sobre uma morte - quem foi? o que aconteceu? Ao mesmo tempo, intrigas envolvendo as crianças na escola e suas mães tomam o centro da narrativa. Destaque para o elenco estelar -Reese Whiterspoon, Laura Dern, Shailene Woodley, Nicole Kidman, todas ótimas, especialmente a última.

9) THE GOOD PLACE (NBC) Lembra da época em que a NBC brilhava com suas comédias divertidas, inteligentes e repletas de personagens fascinantes, como 30 Rock, The Office, Parks and Recreation, Community...? É, quase já dá para esquecer. Mas com The Good Place a emissora voltou a acertar (no Brasil, os episódios são disponibilizados pela Netflix). A premissa da série é bastante restrita (mulher vai por engano para o "lugar bom" depois de morrer), mas os roteiristas conseguiram fazer um excelente gancho com ela no final da primeira temporada, reinventando-se para a segunda, que continuou forte, bastante engraçada e com seus personagens ainda mais carismáticos. 

10) GAME OF THRONES (HBO) Sim, a temporada foi muito corrida em alguns pontos, sacrificando em parte a coerência, e a série parece ter perdido um pouco sua capacidade de surpreender de maneira inata (a reviravolta com Sansa e Arya na reta final mostra isso). Mas poucos seriados têm hoje em dia a capacidade de mexer tanto com o telespectador quanto Game of Thrones e isso continua verdadeiro nesta sexta temporada. Em uma era de fragmentação no consumo de TV, é um dos poucos programas que ainda têm capacidade de unir pessoas em todo globo falando ao mesmo tempo de um mesmo assunto. Continua essencial e deixou a ansiedade grande para a próxima temporada.