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Hugo Brito
Publicado em 13 de outubro de 2021 às 16:28
- Atualizado há um ano
Antes de falar sobre esse lançamento, é preciso lembrar que embora com o mesmo nome da operadora de tv brasileira, a Sky britânica é outra empresa. A daqui pertence à americana AT&T e é fruto da fusão com a Directv, e a de lá à Comcast, também dos Estados Unidos. Essa Sky sobre a qual falo hoje é a última, a europeia, que como a brasileira distribui tv por satélite e possui serviço de streaming, mas diferentemente da operadora nacional tem outras linhas de atuação com estúdios para produção de conteúdo próprio e uma empresa de telefonia móvel.
Essa semana a Sky, com sede na Inglaterra, faz um interessante movimento, e passa a disponibilizar para os consumidores do Reino Unido o Sky Glass, um aparelho de tv completo com a caixa de recepção embarcada, som e imagem de alta qualidade. Mas analisar o lançamento pelo viés de trazer acesso embarcado ao streaming não é lá muita novidade. O que chama a atenção no novo aparelho, que também permite adquirir pequenas caixas, e ter o serviço espalhado para mais 5 tvs na casa, é uma outra promessa da empresa. Uma nova forma de indústria.
Melhor para o planeta A empresa britânica, que atende outros 7 países da Europa, anunciou um serviço que insere um novo conceito na indústria de displays de tv. Além das atualizações de software, que devem acontecer anualmente, a Sky europeia anunciou que as tvs Sky Glass terão atualizações de hardware a cada dois anos.
É isso mesmo, segundo a empresa, quem comprar um de seus displays vai ter acesso a uma tv que não precisará ser trocada por inteiro para trazer evolução, o que vai de encontro à atuação do mercado mundial de displays que incentiva a troca por novos aparelhos completos em ciclos cada vez menores. Ainda não está bem claro como funcionará essa atualização de hardware mas, digamos, que seja a troca de um módulo ou módulos específicos. A não necessidade de ficar trocando de tv traria, além da vantagem econômica, a redução do descarte e também da poluição.
Aliás no item meio-ambiente a tv Sky Glass tem outro forte apelo por ser, segundo o fabricante, 100% livre de emissões de carbono. Se o movimento de acabar com o troca troca de aparelhos de tv da Sky britânica pegar, podemos estar assistindo ao que seria o início de uma indústria mais responsável com o planeta, pregando não a troca mas a atualização.
ARA
O movimento da operadora europeia de tv traz logo a lembrança de um projeto implantado pelo Google em 2014, e abandonado alguns anos depois, o ARA, que foi à época assunto aqui na coluna. O equipamento era um smartphone que permitia trocar peças facilmente, como por exemplo substituir apenas a câmera por uma mais moderna ou colocar um novo processador mais veloz. O ARA não pegou e foi cancelado mas, essa falta de sucesso do celular sustentável do Google não me parece uma sentença de fracasso para a tv Sky Glass. Em 2015 o mundo ainda não tinha parado por uma pandemia e nem visto, de forma irrefutável, as cobranças ambientais duras pela atitude irresponsável em relação ao planeta. Naquela época também não existia a constatação que chegamos a um ponto onde não é mais possível reverter o estrago mas, apenas, trabalhar para que ele não seja ainda maior. No contexto atual penso que tanto a Sky Glass quanto o ARA, que não me assustaria se ressuscitasse, se encaixariam com perfeição em um mundo que precisa desacelerar a destruição e o uso insano dos recursos naturais, fomentado por uma indústria do use e jogue fora, sem com isso perder a velocidade e as vantagens da evolução tecnológica. Um mundo onde evoluir não seja sinônimo de destruir, com uma forma de agir que, para ele e para as futuras gerações que viverão por aqui, sem dúvida, será muito bem vinda.