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Investimento anual será de R$ 490 mil; entidade pretende construir nova sede
Gabriel Amorim
Publicado em 22 de maio de 2019 às 20:39
- Atualizado há um ano
Portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) de Salvador serão beneficiados por um convênio assinado na tarde desta quarta-feira (22). O projeto busca investir anualmente o valor de R$ 490 mil na Associação dos Amigos de Autistas da Bahia (AMA), no bairro de Pituaçu.
O documento que firma o compromisso com a ONG foi assinado pelo titular da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), Léo Prates. Com vigência de 36 meses, o contrato prevê um investimento total de R$ 1,47 milhão.“Esse é um reconhecimento de que a cidade ainda não é inclusiva e que nós temos que trabalhar fortemente para que se torne. Só se faz isso igualando as oportunidades”, destaca Léo Prates.“Ninguém está pedindo nada além do que é de direito, do que outras pessoas já têm. Esse convênio tem como objetivo igualar as oportunidades na cidade de Salvador”, completa.
Atualmente, a AMA atende 236 autistas, de 2 a 21 anos. “É um momento ímpar e talvez um dos mais marcantes da instituição, que nunca tinha recebido verbas. Agora, com esse recurso, a gente vai ter tranquilidade com nossas contas e ampliar o atendimento”, conta Rita Valéria Brasil, presidente da instituição.“Nosso objetivo maior é a construção da sede para triplicar o atendimento e chegar a 600 por mês”, completa.Segundo a Sempre, além do aspecto financeiro, a parceria também impulsionará ações interdisciplinares, buscando oferecer atendimentos continuados e o fortalecimento de vínculos com a comunidade. Com o convênio, a intenção é aumentar a qualidade de vida dos autistas, apoiando a família e instruindo nos quesitos cuidado e proteção desses pacientes.
A escolha por celebrar uma parceria específica para a população autista levou em conta o número de pessoas com o transtorno no estado. Na Bahia, já são mais de 220 mil pessoas com autismo
Mudanças Mãe de um dos jovens atendidos pela AMA, Andréa Vieira, 42, reconhece o sucesso do trabalho realizado com o filho Neilson, 19, assistido pela instituição há sete anos. “Antes da AMA, ele era muito agitado e não conseguia fazer as coisas sozinho. Aprendeu, se desenvolveu, passou a socializar com as pessoas”, explica a mãe.
Para ela, o atendimento prestado pela associação é completo. “A gente também recebe orientação de como agir com eles, além da parte de alfabetização, escolar mesmo. A pró Rita, além de profissional, é mãe de autista, e isso faz diferença”, conta ela, se referindo à presidente da instituição.
Também beneficiada, Elen Pereira, 32, espera pela construção da sede para que o atendimento à sua filha Evelyn, que já frequenta a AMA há cinco anos, e a outros autistas seja ampliado. “Esse convênio é uma esperança pra gente. Precisamos da sede para poder aumentar o atendimento. O número de crianças é muito grande. Com a sede, vai poder voltar a ter um atendimento completo”, espera.
Léo Prates reconhece a importância da instituição e, por isso, explica o porquê da escolha pela AMA. “A instituição vai fazer o que mais sabe, que é cuidar da pessoa com autismo. E nós vamos aportar esses recursos para a AMA melhorar esse trabalho. No fim, é um atendimento melhor para a pessoa autista, uma qualificação das pessoas que estão lá trabalhando, um apoio da instituição. Nós passamos a ser parceiros oficialmente”, declarou.
* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier