Avião de transporte faz acrobacias? É seguro voar em ultraleve?

Por Ricardo Oliveira

Um avião de linha aérea aguenta fazer acrobacias? (L. Pareto, Rio de Janeiro/RJ) Um avião de transporte aéreo regular não foi desenhado para manobras acrobáticas, e seus limites estruturais declarados são muito menores do que os de um avião acrobático. Para exemplificar, um jato como um Airbus A320 tem como limites de aceleração vertical 2,5g positivos ou 1g negativo (“g” significa a força da gravidade). Um avião acrobático, como o Extra 300, suporta até 10g, positivos ou negativos. Vale dizer que alguns pilotos, no passado, arriscaram manobras acrobáticas em aviões comerciais, sendo um caso na antiga Varig bem conhecido no meio aeronáutico (que aconteceu mais de uma vez, dizem), sem danos maiores à aeronave. Eu vi a notícia do funcionário que roubou o avião nos Estados Unidos e te pergunto. É tão fácil assim roubar um avião? (W. Schurmann, Pomerode/SC) É fácil, desde que os seguintes fatores sejam obedecidos: primeiro, ser contratado por uma companhia aérea ou por um aeroporto. Segundo, ficar sozinho dentro de um avião que possa sair da posição sem precisar ser rebocado. Terceiro, saber ligar o avião e também os procedimentos necessários até a pilotagem. Quarto, ser suficientemente idiota para querer sequestrar um avião nestas condições, principalmente estando ciente das consequências. Quinto, contar que a torre não vai mandar um carro como obstáculo para evitar a decolagem ou a movimentação, ainda mais agora, depois do acontecido. Felizmente, não há muitas pessoas no mundo que conseguiriam cumprir todos os requisitos, principalmente o quarto.  Tenho um amigo que vive me chamando para voar em seu ultraleve, daqueles abertos. Você acha que é seguro? (R. Silva, Coxim/MS)  Esta é uma resposta bem subjetiva, e, na minha visão, o ultraleve é como uma motocicleta voadora. O prazer do voo é sensacional, o vento no rosto, o voo mais baixo. Porém, obviamente existe um risco maior do que voar em um jato. Se você deve aceitar o convite, é uma decisão que cabe a você. Eu mesmo já voei de passageiro algumas vezes em ultraleves, foi muito divertido, assim como andar de moto, mas, conforme o tempo foi passando, já não vi mais a necessidade de me expor nem com ultraleves e nem com motocicletas, apesar de ser apaixonado pelos dois.