Ba-Vi pode ser divisor de águas para técnicos Enderson e Chamusca

Técnicos de Bahia e Vitória chegam pressionados ao clássico na Fonte Nova

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  • Vitor Villar

Publicado em 10 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Maurícia da Matta / EC Vitória e Felipe Oliveira / EC Bahia

Seja um torcedor do Bahia ou do Vitória, não importa: o fato é que você certamente chega ao Ba-Vi deste domingo (10), às 16h, na Fonte Nova, insatisfeito ou no mínimo inseguro com o técnico do seu time. Essa é ou não é uma verdade?

O tricolor Enderson Moreira e o rubro-negro Marcelo Chamusca mandarão seus times a campo não só para ganhar o clássico mas, também, para ganhar moral e, sobretudo, paz para trabalhar nas próximas semanas.

Objetivamente, cada um já traz uma eliminação traumática na bagagem de 2019, e que geraram, a partir delas, todo um questionamento em torno dos seus trabalhos.

Pelo lado tricolor, a queda que tanto doeu foi da Copa Sul-Americana. A competição, na qual o Bahia chegou às quartas de final no ano passado, era uma prioridade para o clube neste ano.

O Esquadrão, porém, acabou surpreendido pelo modesto Liverpool do Uruguai, que venceu por 1x0 na Fonte Nova e garantiu o empate em 0x0 fora de casa, eliminando o Bahia na primeira fase.

A eliminação era o que faltava para a insatisfação contida na torcida tricolor se espalhar de vez. Em parte, pela expectativa criada em torno do elenco, que recebeu 13 reforços, a maioria de renome como o atacante Fernandão e o meia Guilherme.

Além da competição internacional, pesa contra Enderson a classificação até aqui com dificuldade do Bahia para a terceira fase da Copa do Brasil. No primeiro duelo, um empate em 2x2 com o modesto Rio Branco-AC e depois o triunfo magro por 1x0, na última quarta-feira (6), sobre o Santa Cruz-RN.

O que tem limpado a barra de Enderson é a fase do atacante Gilberto, autor de 12 dos 29 gols do Bahia em 16 jogos na temporada.

O camisa 9 pretende brilhar de novo para despachar qualquer chance de uma crise surgir no Fazendão: “A artilharia faz aumentar a minha responsabilidade. Sempre dou o meu melhor, mas se a partir de domingo for meu colega fazendo gols, vou estar feliz do mesmo jeito. O importante é sempre triunfar”.

Crise no Leão

Se dá para falar em treinador pressionado no Bahia, imagine na Toca do Leão. Chamusca chega ao clássico sem vencer desde 6 de fevereiro. São três empates e três derrotas neste período.

Dos 13 jogos nesta temporada, o Vitória só venceu três, todos contra times modestos do Baianão: Vitória da Conquista, Jacobina e Jequié. Para completar, a equipe vem de duas derrotas consecutivas: 2x1 para o Atlético de Alagoinhas de virada e 3x1 para o Botafogo-PB, na última quinta-feira (7).

A eliminação que tanto pesa para cima de Chamusca foi na Copa do Brasil, na primeira fase, ao perder para o Moto Club em São Luís por 2x0. A queda precoce não trouxe um prejuízo só desportivo, mas também financeiro: o clube esperava fazer caixa de quase R$ 4,5 milhões com as cotas da competição nacional.

Mas não é só a Copa do Brasil. O desempenho do Vitória de Chamusca é ruim também na Copa do Nordeste, na qual tem quatro empates e uma derrota e encontra-se fora da zona de classificação.

O ambiente de Chamusca é tão negativo que a sua demissão já foi cogitada após as duas últimas derrotas. Especialmente na de quinta-feira, para o Botafogo-PB.

Chamusca tem consciência de que uma derrota no Ba-Vi pode lhe custar o emprego: “Tenho noção de como as coisas funcionam, não me engano. Penso sempre que o jogo mais importante é o próximo. Temos a oportunidade no clássico de domingo tentar buscar o resultado positivo. Tenho que focar nisso. Minha continuidade ou não está ligada à diretoria”.

Na única vez em que se encontraram neste ano, o resultado foi um 1x1 pelo Nordestão. Vejamos, então, qual será o filme deste domingo.