Bahia Farm Show é lançada com previsão de mais de R$ 1,5 bilhão em negócios

Na região, uma das principais demandas dos produtores é por mais energia elétrica

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 27 de abril de 2018 às 07:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mário Bittencourt/CORREIO

A Bahia Farm Show, maior feira do agronegócio do Norte e nordeste do Brasil, foi lançada na noite desta quinta-feira (26) em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste do estado.

O evento que será realizado entre os dias 29 de maio e 2 de julho reunirá este ano 250 expositores que estarão representando mais de 900 marcas e produtos nacionais e internacionais.

A feira, segundo Rosi Cerrato, coordenadora geral da Bahia Farm Show, deve superar 2017, quando atingiu a marca histórica de R$ 1,5 bilhão em intenções de negócios.

“Com certeza, vai ser um ano melhor e vamos superar o ano passado. Em 2017, mesmo ainda que estivéssemos saindo da escassez de chuva, já foi um ano promissor, e agora 2018 vai fazer a diferença”, declarou.

O evento é organizado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), em parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), dentre outras entidades públicas e privadas.

Para o presidente da Abapa, Júlio César Busato, a feira é um momento de o produtor se atualizar e buscar novos recursos para melhorar a qualidade da produção e reduzir custos.

“É na feira onde recebemos novas tecnologias. E também tem a parte de comercialização, que muitos querem conhecer o melhor algodão do Brasil, que é o algodão baiano”, ele disse, ao valorizar um dos principais produtos da região.

Com mais chuvas este ano, o Oeste da Bahia vive um bom momento para o agronegócio e prevê safras recordes de soja e algodão.

A safra da soja, cuja colheita está em fase final, deve chegar, por exemplo, a 5,4 milhões de toneladas, segundo estimativas dos produtores.

Se isso ocorrer, será o segundo ano de safra recorde, já que em 2017 foram colhidas 5,2 toneladas, aumento de 62% em relação a 2016.

Produtor de soja, numa fazenda de 2.200 hectares, Jarbas Bugamaschi, de 41 anos, comemora a boa safra: “Essa safra foi muito boa, as chuvas foram equilibradas. Nossa produtividade foi a melhor de todas, de 60 sacas por hectares, ano passado foi de 57 sacos por hectares”.

Na região, uma das principais demandas dos produtores é por mais energia elétrica, segundo relata o presidente da Aiba Celestino Zanella, que é produtor de algodão.

Segundo Zanella, há anos que vem sendo pedido à Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) que amplie as linhas de transmissão de energia na região. Devido ao problema, vários projetos de expansão da área irrigada estão parados na região.

“O sistema de energia do Oeste passa por um problema muito grave. Foi feito uma linha alternativa que melhorou um pouco, mas precisamos de muita energia e temos buscado o governo. Temos projeto de irrigação que estão com outorga, com financiamento aprovado, mas dependem da energia”, falou.

A Coelba informou que no início deste mês fez a ampliação da subestação de Carranca e de um novo alimentador, em São Félix do Coribe, no Oeste baiano. Os investimentos somam R$ 6,3 milhões.

A subestação atende, além de São Félix do Coribe, aos municípios de Santa Maria da Vitória, Jaborandi, Coribe, Cocos e Feira da Mata, beneficiando 36 mil consumidores.

Segundo a Coelba, além da melhoria da qualidade e ampliação da oferta de energia, as obras levam também benefícios econômicos à região, ao favorecer novas ligações de clientes, principalmente vinculados ao agronegócio nos municípios envolvidos.