Bahia lidera prejuízos no turismo durante a pandemia, com perda de R$ 7,35 bi

Cálculos foram feitos pela Fecomércio, com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE

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  • Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2020 às 17:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Nos últimos cinco meses, o turismo da bahia acumulou uma perda de R$ 7,35 bilhões. Os cálculos foram feitos pela Fecomércio, considerando as perdas desde o mês de março, quando começaram as restrições por conta da pandemia do coronavírus.

Segundo a Fecomércio, dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE foram usados como base do cálculo do prejuízo. Em todo o Brasil, o setor já registrou uma perda de R$ 153,84 bilhões e tem operado com 14% da sua capacidade de receita, desde o início da pandemia (março) até o mês de julho.

Um dos mais afetados pela crise, o segmento foi fortemente impactado pelas medidas protetivas visando à redução do ritmo de expansão da doença, como isolamento social e o fechamento das fronteiras em diferentes países.

O estado da Bahia lidera o volume de perdas no Nordeste, seguido de Pernambuco (R$ 4,4 bilhões) e do Ceará (R$ 3,36 bilhões). Os estados do Rio de Janeiro (R$ 22,20 bilhões) e São Paulo (R$ 55,31 bilhões), principais focos da covid-19 no Brasil, concentram mais da metade (50,4%) do prejuízo nacional registrado.

Segundo a Fecomércio, essas perdas se refletem, por exemplo, nas quedas dos fluxos de passageiros nos principais aeroportos desses estados.

Embora a atividade turística tenha crescido 19,7% em junho, quando comparada aos demais setores da economia, é aquela que se encontra mais distante do nível de atividade verificado antes da média janeiro-fevereiro (-59%).

O menor dinamismo do setor se reflete também nos indicadores do mercado de trabalho, segundo os quais, dos 21 principais setores da economia ligados a atividades turísticas - como alojamento e alimentação fora do domicílio e atividades culturais e de lazer - registram as maiores baixas.

Setor de serviços Apesar da perspectiva de reação no médio prazo, a evolução mais lenta do nível de atividade dos serviços, levou a CNC a revisar de -5,9% para -5,7% sua previsão de retração no volume de receitas do setor de serviços, em 2020.

Para o Turismo, a tendência é de que o faturamento real do setor encolha 32,1%, neste ano, com perspectiva de volta ao nível pré-pandemia no terceiro trimestre de 2023.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que, apesar de ter interrompido uma sequência de quatro retrações mensais consecutivas - com queda acumulada de 18,7% -, os serviços não têm acompanhado o ritmo de recuperação de outros setores da economia, como indústria e comércio.

“Ainda que tenha voltado a apresentar uma perspectiva de reação no médio prazo, há uma evolução mais lenta do nível de atividade dos serviços”, afirma Tadros.

Ao contrário de outros setores da economia como indústria e comércio, os serviços têm apresentado recuperação mais lenta. Serviços prestados às famílias e Turismo (com perda de mais de R$ 150 bilhões) faturam menos da metade do observado antes da pandemia.