Bahia pode deixar de gerar 12 mil empregos em setor fotovoltaico com mudança em regra de subsídios

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Publicado em 1 de novembro de 2019 às 06:19

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Risco de apagão no setor solar A consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre novas regras para a energia solar de geração distribuída (a partir de pequenas fontes) tem preocupado representantes do setor no país. O temor é que a redução nos incentivos para consumidores que geram a sua própria energia afete a criação de até 12 mil empregos só aqui na Bahia, de acordo com o Panorama de Energias Renováveis, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) . No modelo atual, 100% da energia produzida é abatida do consumo dos imóveis, seja da unidade geradora ou receptora. A proposta é de uma cobrança para remunerar as concessionárias e o choro é em relação ao tamanho da mordida, que pode chegar a 66%. Stéphane Pérée, diretor da Associação Baiana de Energia Solar, diz que sem uma mudança, a geração fotovoltaica pode ser inviabilizada no Brasil. “Quanto mais a gente colocar a micro e mini geração no Brasil, menos pressão será feita sobre o mercado para lançar termelétricas. E ainda baratearemos a energia no Brasil”, acrescenta.  Setor de geração distribuída está em franco crescimento na Bahia (Foto: Enersol/Divulgação) Política de desenvolvimento De acordo com o vice-governador e  secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), João Leão, a Bahia vem trabalhando por uma política de desenvolvimento do setor de micro e minigeração. “Temos fomentado esse novo mercado para atração de mais negócios e a alteração das regras pode impedir o segmento que é bastante promissor. Estamos apoiando o mercado e vamos buscar um diálogo com a Aneel para resolver essa questão”, afirma. A Diretora de Interiorização do Desenvolvimento da SDE, Laís Maciel, defende a necessidade de revisar a proposta da Aneel com urgência. "É necessário um ambiente com oportunidades e segurança jurídica para que as empresas continuem crescendo e se consolidem no país e na Bahia. Para isto, a proposta da Aneel precisa ser revista com urgência", pontua.

Haja potência Em um período de seis anos, desde a criação da Resolução Normativa 482 da Aneel, em 2012, a Bahia instalou 12,26 megawatt (MW) de potência, mas nos últimos 12 meses, o Estado acrescentou 18,15 MW a sua potência instalada, somando 30,41 MW de potência. A Bahia tem ainda a possibilidade de crescimento de 92%, com 177 MW de potência instalável neste setor energético.  Até o final de outubro de 2019, foram instalados 2,9 mil sistemas, atendendo a 3,9 mil unidades consumidoras. Nos últimos 12 meses, a potência instalada em GD no estado alcançou um crescimento de aproximadamente 148% e as novas regras seriam uma regressão para um segmento em plena ascensão. 

Setor florestal espera recuperação Responsável por 18,4% das exportações baianas em 2018, o setor florestal no estado já exportou US$ 900 milhões de janeiro a setembro deste ano. O resultado é inferior aos US$ 1,2 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, mas mantém as florestas plantadas entre os principais produtos de exportação da Bahia, junto com a soja e o setor químico e petroquímico. O diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, ressalta o setor de base florestal continua disputando a liderança entre os maiores exportadores e é o que mais contribui com o saldo da balança comercial, pois exporta muito e importa pouco. “A expectativa do segmento é que, até o final do ano, as exportações se acelerem e possam recuperar parte das perdas”, avalia. No geral,  a Bahia exportou este ano (de janeiro a setembro) R$ 5,7 bilhões, registrando uma queda de 7,4% nos dados do mesmo período do ano passado, quando as exportações somaram R$ 6,2 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Fazenda, consolidados e divulgados pela Federação das Indústrias da Bahia (Fieb).

Resíduos zero A Kimberly-Clark, multinacional norte-americana de produtos para cuidados pessoais e bem-estar, anunciou na última semana que as fábricas das cidades de Camaçari e Suzano (SP) atingiram a meta de se tornar “Aterro Zero”. Desde setembro, 100% de todos os resíduos gerados na produção local são reaproveitados de alguma forma, fazendo com que a operação não descarte mais nenhum excedente produtivo em aterros sanitários.  Para acompanhar a evolução dessa iniciativa, a Kimberly-Clark criou um índice de valorização de resíduos, o IVR, que tem como objetivo direcionar esforços e acompanhar o gerenciamento dos excedentes produtivos e o seu impacto financeiro para a operação. Em 2014, quando o índice foi criado, o saldo era negativo, em R$ 1,7 milhão. Quatro anos depois, a iniciativa gerou um resultado positivo de R$ 2,8 milhões. "A kimberly-Clark dá preferência à destinação de seus resíduos para empresas da região que possuam os serviços que necessitamos. Várias parcerias estão estabelecidas para serviços de coprocessamento, incineração, reciclagem e compostagem", diz Sérgio Montanha, Diretor de Operações da Kimberly-Clark.

Férias!  A coluna Farol Econômico terá a sua publicação suspensa até o início de dezembro em virtude das férias do colunista.